Incêndio no Atacadão consome mais água que fogo no Planeta Real

No incêndio na loja da Avenida Afonso Pena, em 2013, sete anos atrás, bombeiros utilizaram 70 mil litros

O incêndio no Atacadão da avenida Duque de Caxias consumiu quase seis vezes mais água do que o incêndio na loja Planeta Real, em maio de 2013. Até então, o incêndio que ocorreu na avenida Afonso Pena, bem na região central, era o maior já registrado na Capital.

Das 17h do domingo (13) até a tarde de ontem (14) já haviam sido utilizados cerca de 400 mil litros de água e 1,8 mil litros de LGE (Líquido Gerador de Espuma), que auxilia no esfriamento e cria uma camada filme. Uma das principais preocupações dos bombeiros era com o cilindro de armazenamento de diesel, nos fundos do supermercado. A nuvem de fumaça provocada pelo incêndio pôde ser vista a quilômetros de distância.

Além do fogo ter começado na prateleira em que ficava exposto álcool líquido, o tamanho da estrutura do supermercado, a quantidade de produtos e materiais como papelão e madeira contribuíram para que o incêndio no Atacadão fosse tão maior.

“O fogo já começou na prateleira que estava o álcool líquido. Até por conta disso que as chamas se espalharam rapidamente. Mas, dentro do atacadista, havia diversos produtos inflamáveis, como pneus e materiais de limpeza”, assegurou o tenente-coronel Fernando Carminati, do Corpo de Bombeiros.

Há sete anos, no incêndio do Planeta Real, as proporções foram menores, mas evidenciou uma série de problemas. Foram utilizados 70 mil litros de água e, ainda assim, todas as mercadorias foram queimadas.

Na época, o hidrante que ficava mais próximo do prédio não funcionou, a autoescada mecânica usada pela corporação, mais conhecida como Magirus (mesmo nome da marca), demorou mais de uma hora para chegar ao local e o alcance que tinha, de 30 metros, foi insuficiente.

Além disso, os bombeiros demoraram 11 minutos para chegarem à loja de utilidades domésticas. O então comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Ociel Ortiz, alegou que o trânsito da região central atrapalhou a chegada das equipes.

Sete anos depois, o tenente-coronel Fernando Carminati afirma que o trabalho à época foi mais difícil pelo local e pelo número de pessoas no entorno.

“Foi difícil para as viaturas conseguirem acesso ao estabelecimento, o fluxo de pessoas atrapalhou os trabalhos, os militares tinham que ficar tirando os curiosos. No Atacadão, isso não ocorreu, porque tem a grade que isola o estacionamento. Então, ninguém entrava”, explicou.

No incêndio desta semana, a nova autoescada Magirus, que chegou a Campo Grande em março deste ano, foi usada. Ela tem 60 metros, custou 1,5 milhão de euros, mas, até agora, não havia sido utilizada em uma situação real, apenas em treinamentos.

Outro incêndio de grandes proporções já registrado na Capital foi o da loja Paulistão, no dia 2 de dezembro de 2012. À época, foram 70 mil litros de água usados para combater as chamas.

(Texto: Rafaela Alves)

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