Com dificuldade para vacina, casos de sarampo crescem em MS

Desde o início do ano, foram registrados sete casos, todos na Capital

A baixa adesão às campanhas de vacinação coincidem com o surgimento de doenças que já estavam controladas, como o sarampo. Depois de sete anos sem casos de sarampo, Mato Grosso do Sul voltou a registrar casos em 2019. Neste ano, já foram sete casos, todos em Campo Grande.

Depois de registrar o último caso de sarampo em 2015, o Brasil chegou a receber o certificado de eliminação do sarampo, no ano seguinte. Em 2017, houve a manutenção da certificação, o que não ocorreu nos anos seguintes.

Os sete casos de sarampo registrados neste ano na Capital foram em pessoas na faixa etária entre 21 a 53 anos. Um paciente retornou da França para Campo Grande em janeiro de 2020 e outro retornou do Rio de Janeiro no período de incubação. Estes dois casos são chamados de importados, pois há confirmação de que contraíram a doença durante o deslocamento.

Os outros cinco casos de sarampo não saíram de Campo Grande, o que demonstra a circulação do vírus no município. A SES (Secretaria de Estado de Saúde) investiga, ainda, três casos notificados no Estado.

Em 2019, foram dois casos da doença no Estado, um deles na Capital. A vítima foi uma criança de 11 meses, que tinha viajado com a mãe para o estado de São Paulo, onde havia confirmação de surto da doença.

Conforme o coordenador de imunização da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), Evandro Ramos, a baixa procura da população pela vacina reflete em grande preocupação para as autoridades em saúde. Nem mesmo as estratégias adotadas têm sido suficientes para aumentar a cobertura vacinal.

“Estamos com campanha aberta até o fim de outubro para vacina indiscriminada de 20 a 49 anos e a adesão é baixíssima. A vacinação de sarampo ocorreu em paralelo com a da gripe, mas, mesmo assim, a população não procurou se imunizar”, relatou Ramos.

De acordo com a Sesau, a vacina que está sendo utilizada na campanha é a tríplice viral, a mesma usada na imunização de todas as crianças de seis meses até 15 meses de idade. Pessoas que se enquadram na faixa etária da campanha, de 20 a 49 anos de idade, com histórico de vacinação pela trípliceviral no sistema da prefeitura, receberão a vacina dupla viral, que protege contra o sarampo e a rubéola.

A prefeitura de Campo Grande já aplicou, neste ano, 2,3 mil doses da vacina trípliceviral em pessoas de 20 a 24 anos. O público de 25 a 29 anos recebeu três mil doses do imunológico. Na faixa etária entre 30 e 34 anos, 2,7 mil adultos receberam a tríplice viral, e, para a mesma faixa etária, foram aplicadas 761 doses da vacina dupla viral.

Ao todo, o município aplicou 14.423 doses da vacina trípliceviral, e três mil doses da vacina duplaviral em adultos de 20 a 49 anos, público-alvo da campanha. Devido à baixa cobertura vacinal, a campanha foi prorrogada até 31 de outubro.

Queda na vacinação infantil

De acordo com dados da SES, em crianças menores de dois anos, a vacina tríplice viral, que combate o sarampo, caxumba e a rubéola, fechou 2019 com 104,53%, acima do recomendado que é 95%. Neste ano, o percentual está em 62,10% no Estado.

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(Texto: Mariana Moreira)

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