Temperatura deve cair ainda mais no fim de semana, com possibilidade de geada em, pelo menos, 20 municípios do Estado
Mato Grosso do Sul deve registrar o maior frio do século 21 no mês de agosto. A previsão do meteorologista Natálio Abrahão Filho, do Centro de Monitoramento do Tempo da Uniderp Anhanguera, aponta que a menor temperatura do ano deve ser registrada entre hoje ou amanhã.
Para esta sexta-feira (21) às condições climáticas são de céu nublado a parcialmente nublado em todas as regiões com chuva nas regiões pantaneira, sudoeste, sul, central e parte da região do bolsão. A umidade relativa se mantém elevada com variação entre 100% a 60%. As temperaturas estarão amenas, podendo variar entre 5°C a 21°C no Estado. Na capital a mínima será de 8°C e a máxima de 15°C.
Amanhã (21), sábado, o dia deve amanhecer ainda mais frio, com minímas abaixo dos 5ºC. Em Ponta Porã a mínima prevista é de 2ºC e a máxima de 16ºC, em Dourados será de 3ºC e 16ºC, Coxim manterá a temperatura de ontem(20) com miníma de 13ºC e máxima de 22ºC, Já em Corumbá deve variar entre 6ºC e 21ºC e Três Lagoas segue com a miníma de 12ºC, entretanto, a máxima será de 24ºC.
Na madrugada de sábado, a geada deve atingir, pelo menos, 20 municípios, na região sul do Estado. “Desde os anos 2000, não aconteceu um frio tão intenso no mês de agosto. Esse frio é de julho. Em agosto, normalmente, é um frio mais ‘light’ e olhe lá. Agora, tem locais em que vai ficar abaixo de 0ºC aqui em Mato Grosso do Sul”, afirmou o meteorologista.
A massa de ar polar deve atuar no Estado até quarta-feira (26), quando os termômetros voltam a subir. Com as temperaturas mais altas, a previsão é que comece um novo período de estiagem, até a regularização das chuvas, a partir do dia 10 de setembro. A formação de uma massa de ar polar tão intensa nesta época do ano é totalmente atípica e não é fruto de nenhum fenômeno atmosférico como El Niño ou La Niña. “Estamos em uma situação de neutralidade, não tinha nada que contribuísse para isso”, explicou Natálio Abrahão.
Estragos no sul do Estado
A massa de ar polar atípica no mês de agosto fez com que municípios da região sul do Estado decretasse situação de emergência. Em Juti, município distante 320 km de Campo Grande, 53 árvores caíram com a força do vento, que chegou a 100 quilômetros, e mais de 80 casas ficaram destelhadas. Segundo a Defesa Civil do município, de quarta-feira (19) até a manhã de ontem (20), choveu 120 milímetros.
Outra cidade que também decretou situação de emergência foi Taquarussu, distante 320 quilômetros da Capital. De acordo com o município, além dos fortes ventos, o temporal foi acompanhado por granizo deixando casas destelhadas e com danos tanto na zona urbana, quanto na rural. Houve ainda queda de árvores nas ruas e, com o excesso de chuva, o trânsito nas estradas vicinais ficou prejudicado.
Conforme com o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Heráclito Alves, a instabilidade e os temporais estão associados à frente fria que está avançando sobre Mato Grosso do Sul. “Essa frente fria que ainda está avançando pelo Centro-Oeste foi o que causou a chuva em Mato Grosso do Sul, porque intensificou a nebulosidade, principalmente, na região mais ao sul do Estado”, explicou.
As três cidades que registraram o maior acúmulo de chuva quarta-feira (19) até as 10h de ontem (20), conforme o Inmet, foram justamente da região sul do Estado. Aral Moreira com acumulado de 131 milímetros, seguida por Amambai com 112,6 milímetros e por Itaquiraí com 109,6 milímetros. O Inmet alerta ainda para o declínio de temperatura entre 3ºC e 5ºC e esse aviso segue até as 23h59 dessa sexta-feira (21). “Logo depois da passagem desse frente fria tem a passagem do ar mais frio e com isso vem o declínio das temperaturas”, assegurou o meteorologista.
Acesse a reportagem completa com mais informações na Edição Digital do Jornal O Estado MS
(Texto: Rafaela Alves)