Com 90 leitos ocupados, hospital chegou ao limite e não tem mais vagas de UTI disponíveis
A Santa Casa de Campo Grande tem atuado desde o início da pandemia como “hospital de retaguarda”, recebendo toda a demanda de casos não COVID do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). Porém, no mesmo momento em que o município enfrenta uma alta de casos do vírus, o número de acidentes sobe, provocando ocupação nos leitos críticos.
Para absorver essa demanda e manter o atendimento dos internados, o hospital precisou ativar a ventilação manual, conhecida como ambu, trabalho que deveria ser realizado apenas no transporte dos enfermos pacientes.
A medida ocorre desde o dia 8 de julho, no entanto houve uma piora no último fim de semana, quando cinco pacientes precisaram utilizar o aparelho enquanto esperavam a disponibilidade em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). As 90 vagas do hospital estão ocupadas, o que significa que qualquer novo paciente que necessite de leito crítico terá de ser atendido com o respirador manual.
De acordo com o superintendente da Gestão Médico-Hospitalar, Luiz Alberto Kanamura, o sistema manual de ventilação é ativado enquanto os leitos de UTI estão ocupados com outros pacientes. No fim de semana, a instituição chegou a abrigar 101 pacientes que precisavam desses leitos, 11 acima da capacidade da unidade.
“Nós temos seis leitos com respiradores na ala vermelha do pronto socorro. Além desses leitos, outros cinco pacientes estavam sob o uso de ambus. Portanto, apenas precisando de UTI eram 101, 90 existentes e 11 aguardando”, relatou.
Além disso, o hospital já alcançou seu limite máximo de instalação de novos leitos, pois cerca de 20 foram ativados na Ala do Trauma para suprir essa demanda de casos não COVID, e outros 10 foram ativados exclusivamente para auxiliar o HRMS no tratamento dos pacientes positivos para o vírus.
“Depois disso, a Santa Casa não recebeu novos leitos, nós não temos mais capacidade, além dos equipamentos, para que uma unidade possa funcionar, é necessário ter a infraestrutura humana e nós atingimos nosso limite”, destacou Kanamura.
Até o fim da manhã de ontem (27), ainda restava um dos cinco pacientes que amanheceram no ambu. Para manter a ventilação manual, é utilizada a mão de obra de um técnico a cada duas horas. Na prática, isso quer dizer que entre os pacientes que utilizaram o ambu, dois passaram mais de 24h recebendo o auxílio e, apenas nestes casos, foi necessário o revezamento de até 12 profissionais para manter a oxigenação correta.
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(Texto: Amanda Amorim/Publicado por João Fernandes)