Mal silencioso da covid-19 ganha campanha de informação

O Instituto Estáter e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) deram a largada na segunda-feira (13) a uma campanha de conscientização, planejamento e treinamento a respeito de um sintoma da covid-19 que pode ser letal: a hipóxia (a baixa de oxigênio no sangue) silenciosa.

A Central Única das Favelas (CUFA) vai trabalhar em conjunto nesse projeto, contribuindo com a disseminação de informações. O projeto recebeu o nome de Alert (AR).

A iniciativa coincide e será complementar à atuação da aliança Todos pela Saúde, que nasceu a partir da doação bilionária feita pelo Itaú Unibanco para combate ao vírus e que é coordenada por Paulo Chachap, diretor do Hospital Sírio-Libanês. A organização doará 104 mil oxímetros, aparelhos que medem o nível de oxigênio no sangue. Os instrumentos serão levados a diversas cidades e entregues às Unidades Básica de Saúde (UBS).

A necessidade de abordar a questão da hipóxia surgiu a partir da constatação que a maioria das mortes de contaminados ocorriam fora das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs): 85% na Lombardia, 90% na Espanha, 79% em Londres. Os dados se referem ao auge das mortes nessas regiões.

A partir daí surgiu a investigação do que levava a esses óbitos. O resultado encontrado foi que a maioria das mortes ou das internações gravíssimas ocorriam porque os pacientes entravam em um quadro muito negativo rapidamente e muitas vezes sem perceber, com queda da taxa de oxigênio no sangue sem a sensação de falta de ar associada.

As campanhas que serão promovidas pelo instituto e pela SBI visam conscientizar a população sobre o tema e promover a importância do acompanhamento da oxigenação sempre que houver contaminação pelo sars-Cov-2 – o novo coronavírus.

Junto à disseminação de informação por meio de material educativo também haverá treinamento para que agentes de saúde de comunidades possam acompanhar os contaminados, especialmente com idade acima de 60 anos e ligados ao grupo de risco por comorbidades. Conforme Souza, a ideia é desenvolver aplicativos para controle dos dados e também um canal interativo.

O nível de oxigênio no sangue não pode cair abaixo de 95%. Sempre que isso ocorrer, o doente deve procurar um médico. Em muito casos haverá necessidade de internação, mas se o quadro do doente estiver no início é de se esperar que não demande UTIs, explicou o infectologista.

(Texto: João Fernandes com Exame)

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