Mudanças climáticas afetam animais de estimação

Com as baixas temperaturas, os pets ficam mais suscetíveis a doenças virais respiratórias

A umidade do ar está baixa e as pessoas sofrem com os efeitos do tempo seco. Respirar fica mais difícil, as alergias aparecem com mais frequência e não é só o ser humano que precisa conviver com a mudança climática. Os animais de estimação também padecem muito no inverno.

De acordo com professora do curso de Medicina Veterinária da Uniderp, Dina Regis, cães e gatos mantêm sua temperatura corporal constante, independente das variações do meio, mas é comum sentirem as mudanças de clima.

“Um animal menor sente mais frio que o maior porque gera menos calor durante atividades do dia a dia. Existem barreiras contra a perda de calor corporal e isso está relacionado ao isolamento, como pelos e gordura. Raças de grande porte ou que tenham uma pelagem abundante sentem menos frio. Filhotes até duas semanas de vida não conseguem regular a própria temperatura, estão imaturos neste período, por isso, deve-se evitar temperaturas baixas para impedir a hipotermia, que compromete negativamente a imunidade e pode levar ao óbito”, explica a especialista.

Com as baixas temperaturas, os animais ficam mais suscetíveis a doenças virais respiratórias. Outro fator que prejudica a saúde do animal, nesta época do ano é a sobrevivência do vírus no meio ambiente, ou seja, maior afinidade com ambientes frios, além de ser uma estação propícia ao aglomerado de animais, favorecendo uma maior disseminação.

“Nos cães, é muito normal a gripe canina, traqueobronquite infecciosa canina e cinomose. No caso dos gatos, a doença chamada de Complexo Respiratório Viral Felino, que pode se manifestar em diversas épocas do ano, aparece sempre que o animal ficar com o sistema imunológico debilitado”, revela a médica veterinária.

Sintomas e prevenção

Segundo a professora, os sintomas de gripe nos animais são parecidos com as dos seres humanos. “Febre, apatia, tosse, coriza e espirros, pode haver presença de secreção nasal purulenta. Os sinais podem se agravar caso ocorra infecção secundária, provocadas por bactérias, como a pneumonia. Os gatos podem demonstrar sinais de afecção respiratória através de espirros, secreções nasal e ocular. Lesões na boca também podem estar presentes com sinais de salivação e dor ao ingerir alimentos”, evidência.

É possível fazer a prevenção através da vacinação e evitar aglomerações de animais. Vacinas são eficientes na proteção contra a infecção natural. Os passeios devem ser evitados nos dias frios “Além disso, agasalhe-os ou abrigue-os dentro de casa. Animais maiores podem ficar em canil para que não recebam o vento diretamente. Evite tosar o animal durante essa época porque os pelos protejam os animais do frio. Há também o aspecto comportamental, os animais se agrupam entre eles, formam ninhos, o que os aquece. Além disso, quando sentem frio tendem a procurar abrigos”, orienta.

Roupinhas, cobertores e camas são recomendadas nesta época do ano, mas vale lembrar que é preciso tomar cuidado com o exagero. “Acessórios para a proteção do frio são indicados, principalmente para animais de raça pequena e os que são magros ou tenham pelagem curta. Evite o excesso de roupas porque os cães e gatos não transpiram e pode provocar o efeito contrário hipertermia, ou seja, excesso de calor, que é fatal”, finaliza.

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(Texto: Bruna Marques)

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