Pagamento do auxílio emergencial e liberação do FGTS também dão nova injeção de ânimo ao setor
Empresários e consumidores do Estado estão menos temerosos com a pandemia do novo coronavírus, e isso já refletiu diretamente no comércio, que começa a registrar um aumento nas vendas para alguns segmentos, acompanhado de uma redução no número de demissões. Foi o que revelou a segunda edição do estudo “Impactos do coronavírus sobre o comércio de bens e serviços de MS”, realizada por Sebrae-MS e IPF-MS (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS).
Para lojistas da Capital, o apoio financeiro provocado pelo auxílio emergencial e a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) são alguns dos principais fatores que podem auxiliar nos próximos meses na ascensão econômica do Estado.
Quando se analisam os graus de medo apresentado para o grau 5 (o maior dentro da escala de 1 a 5), é possível
observar que, na comparação com março, o índice passou de 50% para 36% em junho. Já entre consumidores, o temor passou de 32% em março e 34% em abril para 23% em maio.
Para a analista do Sebrae-MS Vanessa Schmidt, mesmo com os empresários precisando redobrar os cuidados com a biossegurança, o momento é oportuno para a consolidação de melhores resultados, uma vez que os clientes estão mais seguros quanto a sua situação financeira.
“Quando o consumidor começa a ter mais sensação de segurança em relação à renda, de que não vai perder o emprego ou ter diminuição nela, ele tende a consumir mais, fator bem relevante para o comércio. Políticas de liberação de renda e a redução desse nível de medo faz com que as pessoas voltem a frequentar alguns lugares, mas os empresários não devem descuidar da biossegurança para que essa retomada seja segura”, explicou.
Em meio ao cenário da pandemia, os resultados dos impactos sobre o comércio de bens e serviços entre maio e junho são menos negativos. Mesmo que, para 72% dos empresários, o faturamento ainda esteja menor, setores como asseio e conservação, alimentação e moda puxaram altas de 18%, 14% e 13%, respectivamente.
Seguindo a tendência de reduções, as demissões também perderam a força (-10 pontos percentuais) no Estado e, para
69% das empresas entrevistadas, o quadro de funcionários não se modificou. Já entre aqueles que recorreram às demissões, o número passou de 38% em abril para 28% em junho.
A economista do IPF-MS Daniela Dias explica que alguns segmentos “puxaram” as perspectivas mais otimistas. “Quando falamos que temos um cenário menos pior em relação ao mês de abril, temos alguns segmentos que contribuíram para isso, além das estratégias adotadas pelos empresários. Entre os segmentos de destaque estão a alimentação e a parte de compra de
materiais de construção e consertos. Isso está ligado também ao comportamento, já que as pessoas estão mais tempo em casa”, disse.
(Confira mais na página A7 da versão digital do jornal impresso O Estado)