Hiperidrose: a doença do suor excessivo

Quem nunca ficou incomodado com o suor, aquele desconforto que deixa a blusa com mancha embaixo do braço? Pode até ser desagradável, mas acontece com todo mundo. O problema é se você estiver transpirando demais, se isso acontecer provavelmente você faz parte dos 3% dos brasileiros que tem hiperidrose, a doença do suor excessivo.

De acordo com a dermatologista e professora do curso de medicina da Uniderp, Maria das Graças Spengler, a sudorese excessiva constitui a hiperidrose, que pode ser generalizada ou localizada em regiões específicas. “Ela pode estar relacionada a alterações no sistema nervoso central, chamada neural, ou alterações das próprias glândulas sudoríparas, não neurais que são aquelas que produzem o suor”, explica a médica.

As hiperidroses neurais geralmente se apresentam de forma generalizada e mais evidente em certas áreas, como por exemplo, axilas, palma das mãos, planta dos pés, virilhas e podem também acometer o couro cabeludo e a fronte. “Podem ser de ocorrência familiar, ou seja, geneticamente e também agravadas ou desencadeadas por fatores e estados emocionais. Geralmente, melhoram durante o sono e não se relacionam a ambientes mais quentes. A hiperidrose das palmas das mãos e das plantas dos pés comumente é de início precoce e a hiperidrose axilar, na maioria das situações, inicia-se após a puberdade, intensificando-se com fatores emocionais, calor e exercício”, esclarece a dermatologista.

A transpiração extrema pode ser constrangedora e desconfortável, chegando a atrapalhar diversos aspectos da vida de uma pessoa, como a carreira, os relacionamentos, o bem-estar emocional e a autoestima. Quando o suor começa a prejudicar sua qualidade de vida, é hora de procurar o médico.

“As hiperidroses não neurais são causadas pelo calor excessivo, por medicamentos, por alterações do fluxo sanguíneo das glândulas sudoríparas, como no exercício físico, ou por alteração das próprias glândulas. A hiperidrose, quando ocorre com aparecimento súbito e não há melhora durante o sono, pode ser sinal de alguma doença sistêmica e deve-se procurar o médico dermatologista para a investigação diagnóstica”, orienta a especialista.

A hiperidrose não é grave e geralmente pode ser resolvida com tratamentos tópicos ou procedimentos que variam de acordo com o tipo e o grau de sudorese da pessoa, devendo ser indicados por um médico. “Medicamentos, como anticolinérgicos, também podem ser utilizados com alívio temporário, mas sempre com supervisão médica. Outro recurso para tratamento são as formulações tópicas contendo cloreto de alumínio, porém, pode haver recorrência quando interrompida a sua utilização”, revela.

Ainda de acordo com dermatologista, atualmente no tratamento da hiperidrose axilar e palmo-plantar, tem-se utilizado a aplicação da toxina botulínica, mais conhecida como botox, aplicada em injeções intradérmicas nas áreas afetadas. Nos casos mais graves, na hiperidrose palmar e axilar, pode ser indicado tratamento cirúrgico.

(Texto: Bruna Marques)

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