Rose defende entendimento e Vander critica Bolsonaro

Laura Brasil

O deputados federal Vander Loubet (PT) e Rose Modesto (PSDB) estão a disposição cada qual do seu devido partido a espera de um convite para compor a comissão externa que pretende avaliar a situação das queimadas na Amazônia. Os dois já se manisfestaram sobre o problema, preocupados com a repercussão negativa para o Estado, com o risco de prejuízos nas exportações de produtos sul-mato-grossenses, como lembrou a tucana Rose Modesto. Vander, na oposição, não deixou de criticar o presidente Jair Bolsonaro diante do risco de uma crise internacional.

A deputada Rose Modesto (PSDB) considera importante restabelecer um cenário de união e entendimento.

Rose faz parte da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados e tem acompanhado todas as sessões, mesmo como suplente e afirma que existe a preocupação com as retaliações econômicas da União Europeia, que podem afetar diretamente o agronegócio e inclusive a economia de Mato Grosso do Sul com a redução das exportações. Em relação a isso a pasta vem trabalhando firme para mudar a imagem do país. “A grande preocupação é deixar claro ao exterior que o produtor que exporta tem consciência sobre a questão da preservação ambiental. Uma coisa é certa: não podemos aceitar que as queimadas sejam feitas de com a intensidade que está sendo registrado este ano, segundo constatação de satélites que fazem este tipo de monitoramento, tanto do Brasil quanto de organismos internacionais”.

Com o G7 fechado discutindo as questões ambientais do Brasil, Rose pensa que é preciso que o governo adote medidas enérgicas, como aumentar a fiscalização e punição no caso de se tratar de crime. A solução precisa ser efetiva e é momento do país demonstrar que tem o controle e respeita as questões ambientais. ”Sem adotar essas posturas, países da União Europeia, como a França e a Irlanda, vão defender a revisão do acordo comercial com o Mercosul. Hoje a Finlândia anunciou que defende que a União Europeia proíba a importação da carne brasileira. No final, todo o Brasil será prejudicado”.

Crítico, em relação ao governo federal, o deputado Vander Loubet (PT-MS) afimra que o meio ambiente têm sido negligenciado pela gestão do atual presidente Jair Bolsonaro (PSL). Para o deputado federal, de forma premeditada e declarada é a visão que ele tem quando diz que o próprio presidente chegou a se intitular como “capitão motosserra”. Outro ponto crítico foram as decisões de Bolsonaro com relações a instituições brasileiras de credibilidade como a demissão do diretor do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial) Ricardo Galvão. “Desde que assumiu o governo, tem demonstrado sua falta de apreço pela preservação do meio ambiente. Um dos casos mais recentes e mais emblemáticos foi a demissão do diretor do INPE por causa dos dados do Instituto a respeito do desmatamento na Amazônia”.

Com as declarações do presidente Noruega e Dinamarca deixaram de colaborar com o Brasil e suspenderam doações para fundos ambientais. Vander lamenta “é uma situação muito ruim. Todos sabemos que os recursos públicos do País são limitados, então os fundos formados por recursos doados por outros países são importantes. O aporte de recursos da Dinamarca e da Noruega sempre colaboraram muito com a implantação de políticas públicas, em parceria com ONGs e entidades da sociedade civil, para auxiliar a preservação e recuperação da fauna e flora do nosso país. Perder esses recursos é algo desastroso”, lembrou o deputado.

Além da criação da comissão o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia também propôs a realização de uma comissão geral – que consiste em um debate no plenário – que deve acontecer ainda na próxima semana com o objetivo de propor soluções ao governo sobre os incêndios que ocorrem na região amazônica.

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