Os gatos conquistaram o mundo com seu jeitinho único, mas apesar de serem fofos, divertidos e engraçados, as vezes os bichanos podem assustar as pessoas com suas atitudes um pouco ferozes. Mesmo assim, quem convive com eles sabe muito bem: cada um tem suas manias particulares, inclusive, a agressividade dos felinos pode ter origem em vários fatores.
Por isso, conhecer bem o comportamento desses animais e tratá-los com o devido respeito às particularidades da espécie é fundamental. O professor do curso de Medicina Veterinária da Uniderp, Diogo Cesar Gomes da Silva explica que assim como os seres humanos, os gatos se estressam quando se incomodam ou sentem desconforto diante de alguma situação que atrapalhe.
“Por exemplo, um adequado descanso, interagir com estranhos, situações novas, mudanças bruscas de ambiente também podem deixar o gato da mesma forma incomodado, inquieto, e isso vai depender muito do nível de socialização desse gato. Do ambiente em que esse gato vive e das experiências que ele tem principalmente com os seres humanos e os ambientes humanos”, revela o docente.
A agressividade faz parte do repertório comportamental de qualquer espécie, incluindo o gato. Na mesma forma que seres humanos e outras espécies apresentam comportamentos chamados de “agressivos”, eles tem uma importância adaptativa para sobrevivência da espécie, esses animais também tem esses conjuntos comportamentais.
“A grande questão da agressividade é quando isso está de uma forma intensa, exagerada, descontextualizada onde o animal apresenta dificuldade de interagir com outros animais ou pessoas. Isso tem muito a ver com a experiência de vida do gato, com situações que ele vivenciou, em como ele aprendeu a lidar com as dificuldades e com as demandas sociais”, expõe Diogo.
Sinas da agressividade
Gatos são animais bastante discretos em termos de mudanças de postura, as mudanças comportamentais envolvendo modificações de orelha, rabo e pelo, são mais nítidas em cães. Mas os felinos apresentam alguns sinais mais leves, principalmente com a postura corporal e algumas vocalizações.
“O famoso ronronar, por exemplo, não necessariamente é uma vocalização associada ao relaxamento. Um gato pode ronronar em situações de dor ou estresse crônico. Na verdade precisamos conhecer um pouco o animal, porque é uma espécie que se expressa principalmente por comunicação química e dá pouco sinal postural”, diz.
Segundo o professor, existem alguns sinais posturais que o gato emite, que o tutor pode utilizar pra ajudar o médico veterinário a identificar se ele tá incomodado ou agressivo.
“Quando o gato emite esses sinais, ele acaba sendo bastante claros, porque a situação já saiu do controle. Por exemplo, quando ele fica em pé e arqueia a coluna, arrepia o pelo, vocaliza. O problema da sinalização do gato são os sinais discretos que ele dá e as pessoas por desconhecimento acabam não identificando”, afirma.
Acalme seu gato
Cada gato é único e precisa ser observado dentro da maneira como ele aprendeu a se relacionar com o mundo humano. Os bichanos podem ter maior ou menor dificuldades em lidar com os problemas que causam estresse. De toda forma, os gatos são animais onde as mudanças do ambiente fazem muita diferença na expressão do comportamento. Então, a melhor maneira de você trabalhar o bem-estar do gato e reduzir estresse a longo prazo é você manipular as condições ambientais desse animal.
*Compreender as necessidades do gato;
*Fornecer recursos para que esse animal possa se expressar livremente;
*Ajustar coisas simples como o espaço, locais de descanso, locais verticais para o gato se exercitar fisicamente, escalar;
*Lugares para ele se esconder, para se afastar quando ele não se sentir confortável no ambiente;
*Usar produtos químicos sintetizados a partir dos feromônios desses animais;
*O próprio trabalho comportamental por meio de um especialista fazendo a análise do gato;
*Planejando socializações, modificando comportamento e principalmente orientando a família.
(Texto: Bruna Marques)
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