Especialista reforça a importância dessa ação neste momento em que os estoques estão reduzidos
Hoje (14), comemoramos o Dia Mundial do Doador de Sangue, data criada para conscientizar a população sobre a importância desse ato. Nos últimos meses, em decorrência do isolamento social e das demais ações preventivas para conter a propagação do novo coronavírus e da doença COVID-19, o ritmo de doações diminuiu, resultando na queda dos estoques de sangue em diversas regiões do país.
Para incentivar a coleta, o Ministério da Saúde divulgou, em março, orientações e precauções para que a população não quebre essa corrente do bem e continue contribuindo para manter os estoques abastecidos. De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), 16 a cada mil brasileiros são doadores de sangue, o que representa 1,6% do total da população.
A estimativa é de que 66% dessas doações sejam espontâneas, ou seja, de pessoas que buscam os centros voluntariamente. Por isso mesmo a doação deve ser altruísta, anônima e não remunerada. Para Alisson Meza, professor-doutor dos cursos de Biomedicina e Enfermagem do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, esta é uma causa nobre e pode ser realizada com segurança.
“Os bancos de sangue têm adotado medidas de prevenção para evitar a propagação do vírus e para que não haja risco aos doadores. A distribuição de álcool gel, o uso da máscara, a limpeza a cada uma hora das maçanetas de portas e corrimãos, e distanciamento entre as cadeiras da coleta para evitar contato físico são alguns exemplos. A doação de sangue é segura, não havendo riscos para quem doa, sendo que a coleta não ultrapassa 15 minutos”, explica.
O docente, que é especialista na área de banco de sangue, esclarece que, além disso, existe a possibilidade de doação por aférese, em que apenas um dos componentes do sangue, por exemplo, as hemácias ou as plaquetas, é doado individualmente, ao passo que os demais componentes retornam ao doador.
“Esse tipo de doação produz mais bolsas de um tipo de hemocomponente do que aquelas obtidas por meio de uma doação comum. Essa modalidade é especialmente importante em situações em que um hemocomponente é necessitado em grande quantidade, por exemplo, nos surtos de dengue, onde a procura por bolsas de plaquetas é muito grande”, contextualiza.
Doar sangue durante a pandemia é importante
O Ministério da Saúde orienta à população que continue doando sangue, mesmo neste momento de pandemia, uma vez que os casos de febre amarela, anemias crônicas, tratamentos de câncer, acidentes que causam hemorragias, complicações decorrentes de dengue e outras doenças graves continuam acontecendo e mantendo o consumo de sangue diário e contínuo.
Em Mato Grosso do Sul, a rede de bancos de sangue é totalmente pública, representada pelo Hemosul. As unidades de coleta estão distribuídas em Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã e Paranaíba.
Doação de sangue mais segura
* Ter uma boa noite de sono;
* Não estar em jejum – o recomendável é consumir alimentos saudáveis como frutas, verduras e legumes;
* Hidrate-se com bastante água e sucos naturais;
* Não utilize ou consuma bebidas alcoólicas e tabaco nas últimas 12 horas antes da doação.
Para doar sangue, os candidatos precisam ter entre 16 e 69 anos – menores de 18 anos precisam do consentimento dos pais –, pesar no mínimo 50 quilos, estar em bom estado de saúde e levar documento com foto no momento da doação. Em relação ao coronavírus, são considerados inaptos pelo período de 30 dias pessoas que tiverem contato, há menos de 30 dias, com casos suspeitos ou confirmados da doença ou que apresentarem sintomas respiratórios e febre.
É importante lembrar que a doação é um procedimento simples, rápido e indolor, e a única forma de abastecer os bancos de sangue. Por isso cada ação contribui muito com a vida de tantas pessoas que precisam.
(Texto: Bruna Marques)