Além de colorir, perfumar e encher os pratos de sabor, a especiaria nos protege de doenças cardiovasculares
No tabuleiro da baiana tem. Na cozinha mexicana também. Estrela da culinária, nem todo mundo aprecia o sabor picante da pimenta, mas se consumida em quantidade moderada a especiaria pode fazer muito bem para a saúde.
De acordo com a nutricionista e professora de nutrição da Uniderp, Andréia João, não existe um alimento milagroso, ou totalmente vilão. Alimentos tidos como sudáveis, se ingeridos em quantidades substanciais, podem ser desfavoráveis, mas a pimenta pode sim ser saudável.
“A capsaicina é seu principal componente ativo que além de dar a ardência característica às pimentas, apresenta propriedades farmacológicas como analgesia, anticancerígena, anti-inflamatória e antioxidante. A capsaicina está presente nas pimentas vermelhas, mas, também, há outro composto ativo encontrado na pimenta do reino, a piperina, que ainda não possui tantos estudos comprovando grandes benefícios. Mas essa substância é utilizada para aumentar o potencial nutricional da cúrcuma, um composto bioativo do açafrão, que também faz muito bem à saúde”, revela a profissional.
Estudo revelam que consumir pimenta frequentemente pode reduzir o risco de morte por problemas cardiovasculares em 34%. “Alguns estudos apontam benefícios a saúde cardiovascular, por favorecer equilíbrio dos níveis de colesterol circulante, vasodilatação e ainda controle na pressão arterial, protegendo o indivíduo contra lesões e placas de gordura, além dos comprovados potenciais efeitos antioxidante e anti-inflamatório”, explica a nutricionista.
Além de prevenir doenças de coração, a Capsaicina, composto químico encontrado nas pimentas, sobretudo nas vermelhas e picantes, teve sua fama pautada na promoção do aumento do gasto energético, redução no depósito de gordura corporal e melhora no controle glicêmico, ou seja, os níveis de açúcar no sangue, por melhorarem a ação da insulina.
O consumo frequente da pimenta em todas as refeições ou até mesmo a porção consumida em excesso, pode ser prejudicial para o estômago. A quantidade desses compostos é bastante variada, além de condições de cultivo, bem como temperatura, umidade e solo. Por isso existem vários formatos, tamanhos, cores e graus de picância, mas é sabido que quanto mais ardida, mais a capsaicina está presente.
“E na alimentação a palavra que impera é o ‘equilíbrio’, pois não podemos nos esquecer que, além de efeitos prazerosos de sua picância, a pimenta também pode estimular efeitos irritantes, sobretudo na mucosa gástrica, por aumentar produção de ácido no estômago, até ser ponto benéfico, por isso, não é indicada para indivíduos com alterações gastrointestinais e com doenças inflamatórias intestinais, além das hemorroidas. Para o público que sofre desse problema, deve-se evitar o seu consumo, por desencadear sintomas que já apresentam tais distúrbios”, orienta a professora.
Os apreciadores da especiaria concordam que pimenta e chocolate é o ‘casamento’ perfeito, por isso essa combinação aparece em receitas de bombons, brownies e cookies, entre outras delicias. A boa notícia é que misturada ao doce, suas propriedades são preservadas nas preparações. Mas vale lembrar que, é preciso moderação ao consumi-los. “Consuma com cautela dessa forma, pois, junto com a pimenta, comumente tem-se açúcar e gordura juntos”, finaliza a nutricionista.
(Texto: Bruna Marques)