Reunir a família, fazer atividades ao ar livre e buscar conhecer as belezas e os cartões-postais no Estado do Amazonas, isso é o que anualmente 40 mil pessoas estão fazendo. Tudo isso impulsionado pela pesca esportiva de uma das espécies mais desejadas na atividade mundial: o tucunaré. Idealizador e organizador do Projeto Amigos do Tucunaré, Rogério Bessa está na frente do torneio há seis anos e afirma que o turismo de pesca na região precisa e está sendo cada vez mais explorado.
Muito orgulhoso do projeto, ele fala sobre o reconhecimento obtido por meio dos trabalhos de preservação no seu estado. “Hoje o Amazonas é considerado o oásis da pesca esportiva mundial, e em virtude da existência de um dos peixes símbolos da pesca esportiva, que é o tucunaré. Então, há seis anos eu tive a ideia de colocar um projeto meu, que é organizar e destacar um novo produto que a pesca esportiva apresenta, que é o da pesca de competição”, destacou.
A harmonia entre Mato Grosso do Sul e o Amazonas culminou ainda com a vitória da equipe sul-mato-grossense no último torneio, e para Rogério isso é motivo de grande orgulho para o Estado.
“Já recebemos mais de mil pescadores oriundos de vária estados, da Amazônia e de alguns países como Estados Unidos e Peru. Para a nossa grande satisfação, e minha como organizador, este ano quem ganhou foi uma equipe do Pantanal de MS, composta pelos sul-mato-grossenses Elton Loureiro e Jaime Vallér, e com o guia de pesca amazonense Salomão Rossieles. Hoje, Mato Grosso do Sul pode ostentar que tem o título de melhor equipe do Brasil de competição”, comenta.
Pesca que transforma
Na casa de Laurimar Vieira, supervisor operacional que reside em Manaus, a pesca tem um significado muito especial, já que foi por meio desta prática que seu filho, Paulo Henrique, 10, diagnosticado com autismo quando ainda tinha apenas 2 anos, viu na atividade uma forma de se reencontrar e quebrar todas as barreiras.
“Descobrimos que o Paulo Henrique tinha autismo e desde então sempre buscamos tratamento por meio de terapias e afins, mas eu sempre estive muito ligado com a pesca. Levei ele algumas vezes e percebi que ele estava começando a se concentrar, tinha deficit de atenção e a gente não conseguia pescar do lado dele porque imediatamente quando via os peixes já saía correndo querendo pegar a vara”, relembra o pai.
Entretanto, o que o pai ainda não sabia era que poucos anos depois a pesca se tornaria a principal aliada para o tratamento e a recuperação do pequeno Paulo Henrique.
“Ele foi assimilando e pescando até que fisgou o primeiro peixe sozinho. Nessa época, ele não falava, então ele se irritava mais, e conforme ele foi aprendendo e assimilando ele já falava mais, e começou a pescar os peixes sozinho. Hoje, eu já posso dizer que ele é um pescador maduro, recentemente ele pescou um tucunaré de 64 centímetros e chorou de alegria; ficamos em sétimo lugar no torneio e ainda ganhamos um. Hoje ele já sonha com ganhar varas um pouco mais caras e ele está ralando para ver se melhora as notas na escola e ganha uma do padrinho dele”, relata orgulhoso.
Mulheres no pódio
E quem disse que as mulheres não têm lugar na pesca? Pescando um tucunaré-paca medindo 38 cm, a pescadora Daiane Quetuli, da equipe Amazon Girls Fishing, grupo que conta com aproximadamente 52 participantes, conquistou o título de maior peixe capturado pelas 15 pescadoras escritas na competição, e destacou que as mulheres também podem e devem mostrar seus potenciais.
“O grupo foi criado há exatamente um ano, e hoje poder estar no pódio com o título de campeã com o maior peixe entre as mulheres; é realmente muito gratificante, demonstra que as mulheres estão mostrando seu potencial”, declara. E aí, se anima a participar do torneio do ano que vem? Ou que tal chamar a família para conhecer as belezas e as atividades do Estado do Amazonas?
(Texto: Michelly Perez )