O Facebook deixou de ser uma rede social apenas. A empresa mudou de nome e passou a se chamar Meta. Essa alteração marcou a união de diferentes aplicativos do grupo (como Instagram e WhatsApp também) em sua marca e indicou a valorização de sua nova aposta tecnológica e de negócios: o chamado “metaverso”.
“Se trata de uma combinação híbrida das experiências sociais on-line atuais, às vezes expandido em três dimensões ou se projetando no mundo físico”, disse a empresa em nota. A argumentação é de que agora será possível compartilhar “experiências imersivas” com pessoas mesmo sem estar presente.
Em carta, o fundador e diretor da empresa, Mark Zuckerberg, declarou que isso consistirá em uma nova vivência – ao invés de apenas “olhar”, a pessoa vai “estar” nessa atividade ou conteúdo interativo. O uso de realidade virtual e aumentada permitirá, nas palavras de Zuckerberg, que as pessoas “estejam” onde quiser, do trabalho a uma reunião de amigos, sem obstáculos.
O metaverso vai combinar funcionalidades e negócios que o Facebook já oferecia, mas de forma separada. A empresa surgiu como uma rede social e ganhou o mundo, chegando a 2,9 bilhões de usuários ativos mensais em novembro deste ano, segundo a consultoria Statista.
Outro lado da moeda
Em entrevista, a ex-funcionária do Facebook que denunciou problemas na empresa em audiências no Congresso dos Estados Unidos, Frances Haugen, falou dos riscos no metaverso.
Segundo ela, esse novo sistema terá capacidade ainda maior de coleta e exploração dos dados pessoais para viabilizar as experiências imersivas e poderá ter caráter viciante. O Facebook anunciou que deixaria de utilizar a tecnologia de reconhecimento facial, altamente criticada por entidades de defesa da privacidade, mas voltou atrás e informou que seguiria adotando esse recurso no metaverso.