Tradição de família centenária volta após pandemia

AFAGA filhos

“Cultuar o passado é reverenciar o presente e semear o futuro”

A tradicional festa da família D´Ávila Garcia é uma tradição que há 20 anos resgata a culinária trazida pelos patriarcas da família, Francelina Ávila e do avô João Calimério Garcia vindos de Goiânia e Minas Gerais. Hoje alguns filhos do casal, netos e bisnetos realizam a festa para que a tradição culinária e a família não se percam.

Esta edição é a 20º, se não fosse a pandemia do COVID19 seria a 22º, mas ela retornou no último 7 de outubro com mais força e muitas saudades dos familiares. A novidade da edição trouxe a criação de uma nova diretoria que ficará responsável pela Festa.

Ela aconteceu no último final de semana e foi organizada pelos anfitriões da vez, o neto Maurício de Brito e sua esposa Claudia Vanessa de Souza Barbosa, na Estância Aconchego em Campo Grande.

Grande parte da família estava presente. Mauricio é músico e filho de Rosalina Ávila, filha da matriarca.

Mauricio emocionado agradeceu a todos presentes e falou importância de manter a família unida. “É uma honra receber todos neste retorno da festa que traz a essência da nossa família e a consolida a cada vez mais e mais. Já está confirmada a próxima edição nesta mesma data para 2023.”, contou Mauricio.

A família é grande, e os parentes vieram de vários municípios do Estado, Sidrolândia, Camapuã, Campo Grande, Bonito dentre outros. Cada família trouxe alguma comida que faz parte da tradição culinária, tão presente na festa que exalta estas tradições. Se estiver de dieta é melhor nem aparecer.

Muita música e alegria presentes em todos os dias da festa que já começa com um delicioso café da manhã preparado com as delícias da família, almoço, lanche da tarde e jantar farto de gostosuras típicas.

Vergelina Maria Faustino de Brito participa desde a primeira festa que nasceu no ano de 2000 para homenagear a avó Francelina Ávila e do avô João Calimério Garcia, os patriarcas. Ela está há 40 anos na família, casada com Márcio neto da avó e do avô e para completar a proximidade a sua avó era prima da avó de Márcio, desta forma ela cresceu na família e também provava das delícias mineiras que as receitas passam de geração para geração.

A fazenda da família era na região de Anhanduí e ia até Nova Alvorada as propriedades das famílias: Garcia e Ávila. Os pratos desde a primeira edição são essenciais e não faltam em nenhuma edição, é o toque que une todas as gerações. A festa dura quatro dias.

Bolo de Goma – Base de polvilho, escaldado de banha de porco, muitos ovos e sal e vai ficar uma pasta cremosa que acaba sendo colocada em um saquinho e vai fazendo um vai e vem na forma e no fim é quebrado em pedacinhos. Foram produzidos mais ou menos 700 panquecas.

Quebrador – A base de polvilho doce, margarina e ovos e derrete na boca.

Pãozinho com queijo dentro

Doces -São feitos em casa e cada família leva sua especialidade. Doces da tradição.

Mineiro de Bota é o prato mais esperado a sensação da festa feito no último dia, feito de rapadura, banha e floco de milho ele mistura o doce e o salgado e parece uma farofa, é muito saboroso.

PANQUECA

Este na folha de bananeira é conhecido por eles de panqueca ou caburé, feita com massa de mandioca.

Dois dias para o feitio das receitas e os outros dois muita música e comilança. Todas as receitas são centenárias. “Sexta -feira é o dia mais pesado, mas é o mais gratificante porque colocamos a mão na massa”, conta Vergelina.

“A garotada nasceu já participando as primeiras festas, mas agora foi a primeira vez que estão participando do feito da fez e comer todas as iguarias. A maioria foi conhecer na festa e estão encantados, porque só comem uma vez por ano. São comidas trabalhosas e acabam sendo feitas na festa.”, explicou.

Tutu de feijão, arroz com guariroba, porco assado, galinhada caipira com quiabo são alguns dos pratos que não faltam.

Da geração dos filhos da avó Francelina, seis estão vivos e estavam presentes de 71 a 85 anos. Hoje se emocionam ao ver seus filhos, netos e trineto na festa mantendo a tradição culinária. Cada ano a festa tem um casal que coordena a festa e em 2018 o evento foi feita pelos bisnetos.

Não perdem nenhuma edição e já se preparam para serem os próximos anfitriões e não deixar a tradição morrer.

Uma festa que o amor e amizade estão presentes com muita intensidade e acolhem os agregados que chegam e vão aumentando esta família que com muita propriedade mostra o verdadeiro valor de preservar as tradições familiares.

Márcia Faustino de Brito, 31 anos, foi a festeira em 2018 e detalha como é fazer parte desta grande família “Pra gente já é sagrado todo ano. Sabemos que é certo o encontro é a maioria só se vê uma vez do ano, é um evento que todo mundo tem que vir. Todos presentes ficam contentes e as tias mais “senhoras’ sentem porque já muitos faleceram. A primeira fez eu tinha dez anos, é muito prazeroso participar. E foi muito legal quando fomos festeiros, ganhamos quase todos os ingredientes, gastamos muito pouco. É uma intenção da minha vida, a comida e o encontro são sagrados”, contou Márcia.

O doce de queijo feito de ovo caipira é um dos mais pedidos também, e as bisnetas já aprenderam e fazem durante a festa.

                                                                                                                                   

 

 

Confira a matéria do O ESTADO PLAY que esteve presente:

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1 thoughts on “Tradição de família centenária volta após pandemia”

  1. Valdemir Garcia Martins

    Essa festa é uma oportunidade única de manter a família unida , independente de quaisquer preferências, seremos sempre gratos por estar com todos que conseguem ter a família acima de qualquer outra coisa:
    Principalmente política.

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