O mês de julho apresentou uma amostra dos efeitos extremos que o fenômeno El Niño provoca nas condições climáticas, conforme análise feita pelos técnicos do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). No dia 15 de julho, em Rio Brilhante (região Central), foi registrada a temperatura mais baixa do ano, com 1,6°C, enquanto no dia 31, em Porto Murtinho (região Sudoeste) ocorreu a mais alta: 35,9°C.
Em duas semanas a temperatura foi da mínima para quase a máxima do mesmo ano. A máxima de 2023 foi registrada, até o momento, em duas ocasiões: no dia 9 de janeiro, em Corumbá, e no dia 29 de março, em Três Lagoas, quando os termômetros atingiram 36,9°C. Ou seja: apenas um grau acima do ocorrido em 31 de julho. O fenômeno El Niño, basicamente, consiste no aquecimento das águas do Oceano Pacífico, suficiente para causar alterações na temperatura do mundo todo. “Esse efeito é algo esperado da atuação do El Nino”, explica o meteorologista do Cemtec/MS, Vinicius Banda Sperling.
Quanto à chuva, dos 38 municípios com registros de dados, em apenas três (Sete Quedas, São Gabriel e na região na Nhecolândia, no Pantanal de Corumbá), choveu acima da média histórica. Não choveu em Miranda e Aquidauana, em outros três municípios o índice de precipitação acumulada foi mínimo (abaixo de 1mm) e em outros 15, choveu menos de 10mm. O município com maior precipitação foi Sete Quedas, onde observou-se 67,2mm de acumulado de chuva mensal, o que representa 32% acima da média histórica. Em Campo Grande registrou-se precipitação acumulada mensal de 5,4 mm, representando 87% abaixo da média histórica.
A previsão do Cemtec/MS para o trimestre julho, agosto e setembro – que compreende toda a estação do Inverno – é de chuvas dentro ou ligeiramente acima da média histórica e temperaturas também acima da média.
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