Preço da gasolina salta de R$ 5,55 para R$ 6,09 nos postos da Capital

Foto: Marcos Maluf
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“Aumento de centavos, mas com impactos enormes”, diz motorista em Campo Grande, após cobrança do ICMS

 

Foto: Marcos Maluf

O orçamento do consumidor não tem um dia de paz! Com os preços nas alturas de produtos que estão cotidianamente na vida da população, como a carne e o café, por exemplo, agora chegou a vez dos combustíveis que apresentaram aumento de quase 10% nos postos em Campo Grande. Em janeiro, o motorista pagava em média R$ 5,55 no litro da gasolina conforme dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), mas na última semana de fevereiro, o consumidor chega a gastar R$ 6,09 no litro.

Esse aumento ocorreu, após entrar em vigor o reajuste das novas alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) aprovadas pelos governos estaduais em todo o Brasil. Alta de centavos, mas que mexeu com o bolso de muitos condutores que precisam abastecer todos os dias. Como é o caso do motorista de aplicativo, Thiago Pereira, que relatou para a reportagem como o reajuste afetou seu trabalho.

“É um aumento aí de R$ 0,10 à R$ 0,15 centavos por litro, mas que faz toda diferença no final das contas. São aumentos de centavos, mas com impactos enormes para quem precisa abastecer todo dia. No meu caso, sempre abasteço R$ 80 por dia e o prejuízo após esse aumento, é que agora rodo com menos quilometragem. Isso reflete no meu ganho também com as corridas, que está baixo, mas o combustível subiu de preço do mesmo jeito”, comparou o profissional sobre os aumentos.

Neste mês a gasolina atingiu o maior valor desde 2022, subindo mais até do que o reajuste permitido com o ICMS. Em um discurso, durante evento em Agra dos Reis (Rio de Janeiro) , o presidente Lula atribuiu o aumento dos combustíveis ao imposto estadual. “O povo brasileiro não tem as informações necessárias para que ele possa fazer juízo de valor. Quando sai um anúncio do diesel, da gasolina e do gás, a Petrobras leva a fama e, muitas vezes, não tem culpa nenhuma”, argumentou.

Na tarde de ontem (24), o jornal O Estado, visitou dez pontos de revenda dos combustíveis na capital. Dentre os estabelecimentos, o menor preço encontrado para o litro da gasolina era de R$ 5,77 e R$ 3,87 o etanol. Já a cobrança máxima repassada aos condutores, era de R$ 6,09 (gasolina comum) e de R$ 4,19 (etanol). Questionamos o diretor-presidente do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes MS), Edson Lazaroto, se nos próximos meses o consumidor se deparar com outros aumentos. “Quanto a novos reajustes não temos nenhum conhecimento até o momento”.

Aumento no país

Os preços dos combustíveis registraram leve aumento na segunda semana de fevereiro, após a entrada em vigor das novas alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e do reajuste da Petrobras, cujos impactos se concentraram na primeira semana do mês. Os números foram extraídos do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Segundo o levantamento nacional, que compara a segunda semana de fevereiro com a última de janeiro de 2025, revela que o diesel S-10 lidera a alta acumulada no mês, com um avanço de 4,41%, atingindo a marca de R$ 6,54 por litro na média dos postos nacionais. A gasolina comum (+2,60%) e o etanol (+2,21%) acompanharam esse movimento, chegando aos valores médios de R$ 6,45 e R$ 4,45 por litro, respectivamente.

No levantamento exclusivo das capitais, as variações acompanham a tendência nacional, refletindo, dentre os fatores, como o câmbio, os reajustes nos impostos e no, caso do diesel, nos preços praticados pelas refinarias da Petrobras: diesel S-10 (+4,36%), etanol (+2,59%) e gasolina comum (+2,52%).

Embora tenham seguido padrão similar, houve diferenças nas variações regionais e estaduais, sendo que as maiores altas se concentraram em estados e capitais do Nordeste e Norte do país. No caso da gasolina comum, os maiores aumentos foram identificados no: Rio Grande do Norte (+5,1%), Paraná (+4,6%), Santa Catarina e (+4,2%). Quanto ao etanol, a liderança coube ao Rio Grande do Norte (+8,0%), Amazonas (+8,0%), Maranhão (+4,9%), Distrito Federal (+4,8%) e Santa Catarina (+3,1%). Finalmente, no tocante ao diesel s-10, a liderança nas altas de preço coube ao Amapá (+8,4%), seguido por Amazonas (+6,8%), Acre (+6,8%) e Distrito Federal (+6,4%).

 

Suzi Jarde

 

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