Por um ano novo de mudanças

Rose
Foto: Divulgação

Tenho viajado muito pelo Mato Grosso do Sul. Entrar nas casas das famílias para conversas olho no olho com gente batalhadora tem sido uma experiência reveladora.

Por onde ando, tomo os cuidados que a pandemia impõe e presto contas do meu mandato. Confesso que ouço mais do que falo. É ouvindo que a gente acerta mais do que erra na política.

A competência que faz a diferença é exatamente esta: a de estar em sintonia com o povo. Proximidade que revela agora que a maioria dos sul-mato-grossenses deseja mudanças.

“Mas quais mudanças, Rose?”, me perguntam. De onde vejo, os desejos populares por mudanças estão centrados na cobrança por mais renda, mais empregos e mais cuidado com as pessoas.

Entregar isso para os cidadãos de forma sustentável exige capacidade de tirar do papel soluções que caminhem em três direções.

Primeiro, na adoção de políticas públicas eficazes em garantir inclusão social com responsabilidade fiscal e foco na educação.

Aqui cabem alguns exemplos: o Projeto Tocando em Frente, o Programa Rede Solidária, o Vale Universidade e programas de transferência de renda. Iniciativas que falam muito sobre o nosso jeito de liderar e encaminhar soluções.

Segundo, temos de criar as condições objetivas para o aumento da produtividade com respeito ao meio ambiente. Produção e preservação são aliadas hoje.

Terceiro, urge aprofundar a digitalização da governança. Governos que não forem digitais perderão a capacidade de governar.

A vida do cidadão vibra no celular também. Os governos têm de estar lá. É essencial conectar a rede escolar pública à internet para acelerar o aprendizado digital de alunos e professores.

Além da educação, o uso de ferramentas digitais deve se intensificar em áreas como saúde, políticas sociais, mobilidade e desburocratização dos serviços públicos.

O Mato Grosso do Sul tem potencial para ser exemplo de sociedade ainda mais justa e acolhedora do que já é.

Esta evolução só virá, porém, com o entendimento de que o desenvolvimento social sustenta o crescimento econômico e vice-versa. Não há uma disputa aí e sim cooperação.

O agronegócio é pujante no Mato Grosso do Sul e isso é motivo de orgulho. Nas últimas décadas, houve uma revolução agrícola que trouxe progresso econômico e social. Nasci no interior, acompanhei de perto esta transformação extraordinária.

Devido à nossa grande extensão de terra agricultável, diversidade de biomas e produtividade elevada, os olhos do Brasil e do mundo se voltam para cá. Temos bons exemplos de produção sustentável, precisamos de incentivo e investimento para ampliar esse modelo.

O nosso território abriga um ecossistema incomparável. O Pantanal é a maior planície alagável do mundo. Esta vantagem competitiva, no entanto, corre risco diante da urgência climática.

O assoreamento do rio Taquari clama por solução. Faz tempo, aliás. Mas agora esta pressão vai aumentar, porque qualquer descuido com o Pantanal significa ruído desnecessário com o mercado, o que frustra expectativas e trava investimentos.

Este é o novo normal na esteira do avanço da agenda ESG, focada na preservação ambiental, no combate à desigualdade e no estímulo à governança eficiente.

A chamada economia de baixo carbono abre uma janela de oportunidade e monetização dos esforços para manter nossas árvores de pé, nossos rios limpos e nossas riquezas naturais preservadas.

Temos de ter inteligência, equilíbrio e sensibilidade para surfar esta onda verde sem preconceito. O propósito deve ser financiar programas sociais e de modernização do nosso estado.

2021 acaba. Que venha o ano novo! E que a gente no Mato Grosso do Sul possa realizar mudanças seguras que concretizem o sonho de um futuro melhor. Feliz 2022, gente!

Rose Modesto

Deputada Federal de Mato Grosso do Sul

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