Pé desaparecido de monumento a Manoel de Barros é reflexo do descaso a história

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Mesmo no processo de restauração, manter a segurança desses locais é o maior desafio

O monumento em homenagem a Manoel de Barros continua sem um dos pés, desde o dia 19, quando a escultura, que fica na Avenida Afonso Pena, “acordou” danificada. O desaparecimento de parte da peça está sendo investigado, mas o desrespeito contra o patrimônio público não é algo incomum em Campo Grande; outros símbolos turísticos da Capital já foram vandalizados.

Em setembro do ano passado, o monumento maçônico “O Aprendiz”, localizado na rotatória da Coca-Cola, foi pichado. À época, a estátua foi limpa, mas ainda ficaram marcas dos estragos. Outro ponto turístico também depredado é o monumento Carro de Boi, na Avenida Presidente Ernesto Geisel. Segundo a Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), com o passar dos anos algumas peças da obra passaram a ser furtadas. Ambas as obras estão no pacote da prefeitura para restauração.

Mais um caso que chamou a atenção foi o furto do busto histórico de Vespasiano Barbosa Martins, em frente da Catedral Nossa Senhora da Abadia, no Centro, em 2019. Conforme a pasta, assim que foi encontrado, o monumento foi recolocado e a placa, refeita e reinstalada.

Tanto a Guarda Civil Metropolitanam quanto a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul fazem fiscalizações desses monumentos por meio de rondas, mas as vistorias não são feitas 24h por dia. “Nenhuma força policial tem condições para disponibilizar guarda exclusiva de monumentos. A Polícia Militar faz rondas ostensivas e o policiamento preventivo para evitar qualquer tipo de vandalismo”, explicou o chefe de comunicação da PMMS, tenente-coronel Cleder Pereira da Silva.

Para o secretário municipal de Segurança e Defesa Social, Valério Azambuja, houve uma diminuição significativa de casos de depredação ao patrimônio público se comparados com os anos de 2017 e 2018. “Esse tipo de vandalismo praticamente desapareceu em Campo Grande, esporadicamente aparece alguém que causa um dano desse. Em Campo Grande, em relação a outras capitais, você não vê aquele monte de prédio pichado. A nossa Capital está entre as mais bem cuidadas. O trabalho diuturno da Guarda Civil Metropolitana cuidando dos patrimônios do município também contribuiu para a redução”, disse.

Mesmo com a diminuição, o vandalismo não desapareceu e o combate a esse tipo de prática tem alguns desafios. “No período noturno, principalmente, porque alguns pontos são frágeis em termos de iluminação”, ressaltou Azambuja.

A depredação contra o patrimônio público é crime. “É crime previsto no Código Penal, a pessoa reponde por isso inclusive, em alguns casos, até com a obrigação de reparar o dano”, ressaltou o chefe de comunicação da PMMS, tenente- -coronel Cleder Pereira da Silva.

Reparações

Os monumentos de Campo Grande não passam por restauração há mais de 15 anos, mas, na semana passada, a prefeitura lançou um pacote para que essas obras sejam reparadas. Na segunda-feira (19), começaram os trabalhos no monumento maçônico “O Aprendiz”, na rotatória da Coca-Cola.

Segundo a Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), os próximos monumentos a serem restaurados, serão o “Obelisco”, localizado no cruzamento da Afonso Pena com a José Antônio; “O Beijo”, localizado na rotatória do Lago do Amor; o “Carro de Boi”, em frente do Horto Florestal; e o “Ninhal”, no fim da Avenida Afonso Pena. Na maioria dos casos, os artistas originais vão realizar os reparos.

Manter a segurança dos monumentos é o maior desafio. “Nós vamos priorizar melhorar a iluminação, como no caso da rotatória da Coca-Cola. Já no monumento do Carro de Boi, além da iluminação vamos implantar uma câmera de segurança interligada com a guarda municipal, mas a educação patrimonial continua sendo a melhor saída para que a população tenha consciência e a certeza que esse patrimônio é dela, é da população”, reforçou Max Freitas.

Manoel de Barros

Na terça-feira (27), a Sectur deve se reunir com a FundTur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul) para definir os detalhes da restauração do monumento em homenagem a Manoel de Barros. Imagens de circuito de segurança estão sendo analisadas para saber o que de fato aconteceu com o pé da escultura.

Texto: Mariana Ostemberg

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