Em um bate-papo descontraído no estúdio do O Estado Play, o vereador e presidente da Comissão Permanente da Cultura na Câmara de Vereadores de Campo Grande, Ronilço Guerreiro (Podemos), revelou sobre o que foi decidido em uma audiência pública feita para debater sobre a retomada das obras do Centro de Belas Artes e os próximos passos da comissão para o futuro da cidade.
O prédio abandonado na região da Vila Planalto teve a construção iniciada na administração do ex-prefeito Nelson Trad Filho, mas o edifício só foi construído em 1990, no governo de Pedro Pedrossian, inicialmente projetado para ser uma rodoviária.
Nessa época, 87% do projeto ficou pronto. Mas a empresa responsável teve um problema com o repasse dos recursos e entraram na Justiça contra a prefeitura, o que empacou as obras. A situação foi descrita para o radialista João Flores Júnior como descaso.
”O que eu vi ali foi um descaso com o dinheiro público, pois o local agora se encontra depredado. Eu moro naquela região e é muito triste encontrar o local, que poderia ser usado como uma ferramenta de cultura fantástica para a população, naquela situação”, disse Guerreiro.
”A audiência foi convocada para sabermos por que não cuidam daquele espaço assim como o Aquário do Pantanal, que foi interditado para que não houvesse depredação enquanto as obras estavam paralisadas. Eu sempre digo que, nos lugares sem atrativos culturais, a violência vira espetáculo. E eu como vereador, vou fiscalizar, legislar e principalmente acompanhar as execuções do executivo em relação à cultura”, afirmou.
Guerreiro pediu também, durante a reunião, que a prefeitura imediatamente colocasse segurança naquela região. ”Solicitamos também uma limpeza, já que o imóvel está sendo usado para jogar entulhos e os moradores reclamam de muita poeira. Além de prazo e cronogramas”.
”Estavam tentando realocar o prédio para outras finalidades. Gente, a cultura já perdeu tanta coisa. Nós precisamos ter o espaço para o artesanato, música, teatro e literatura. O que até pode ser feito no prédio, é um centro de convenções com a iniciativa privada, mas o destino tem que ser cultura, deixamos isso bem claro na audiência”, completou.
”Em um plano de governo, o projeto é pensado durante uma administração e a obra é esquecida após o mandato. E quando se pensa em um plano de Estado, a obra permanece. Precisamos trabalhar esses projetos para o cidadão, não para o Governo”, concluiu.
Projeto mal elaborado
Guerreiro relembrou durante a entrevista, que na época em que o Centro de Belas Artes foi idealizado, ele trabalhava como recepcionista e havia participado da inauguração do prédio. ”O antigo prefeito de Campo Grande, Heráclito de Figueiredo, revelou na época que Pedrossian havia sonhado que a rodoviária seria ali. Só que não foi terminada durante a gestão, e quando outro prefeito assumiu, precisaria de R$ 30 milhões apenas para readequar o trânsito da região, o que deixou o projeto inviável”.
A partir disso, os governantes fizeram a assinatura de um TAC (Termo de Reajuste de Conduta) com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e a prefeitura, para construir um novo prédio e destinar aquele espaço para a cultura. Sendo assim, o Centro de Belas Artes de campo Grande começou a ser desenvolvido com emendas parlamentares.
Confira a entrevista completa: