MS é exceção no país e setor de bares e restaurantes registra alta nas vendas durante “crise do metanol”

Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde
Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde

Estado foi um dos únicos a manter desempenho positivo, com crescimento de 1% em setembro

Enquanto o país sentiu os efeitos da chamada “crise do metanol”, com casos de intoxicação registrados após o consumo de bebidas adulteradas, Mato Grosso do Sul seguiu na contramão da tendência nacional.

O setor de bares e restaurantes do Estado teve alta de 1% nas vendas em setembro, segundo o Índice Abrasel-Stone, levantamento mensal elaborado pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) em parceria com a fintech Stone.

Entre os 24 estados analisados, apenas Mato Grosso do Sul e Maranhão (2,6%) registraram aumento no faturamento. Em todo o país, o desempenho foi negativo, com retração média de 4,9%. As maiores quedas ocorreram em Roraima (11,5%), Pará (9,9%) e nos estados do Rio de Janeiro e Santa Catarina, ambos com recuo de 7,6%.

O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, avalia que os casos de contaminação por metanol, que tiveram São Paulo como epicentro, não explicam sozinhos o resultado nacional. “Foi um fator pontual, mas o setor também sente o peso da inflação e da perda de renda do consumidor”, afirmou.

Sem registros confirmados no Estado
Mato Grosso do Sul não teve casos confirmados de intoxicação por metanol. Das notificações feitas até o momento, 11 já foram descartadas, assim como uma morte, pelo Ministério da Saúde, conforme boletim divulgado na segunda-feira (20). Mas ainda existem duas ocorrências em investigação, uma delas envolvendo óbito.

No início de outubro, a reportagem de O Estado constatou que o movimento em bares e restaurantes da Capital segue intenso. Embora o consumo de destilados tenha diminuído, a cerveja passou a ocupar lugar de destaque entre os consumidores mais cautelosos.

Setor reforça medidas preventivas
A Abrasel tem orientado empresários a reforçar os cuidados na compra e manuseio de bebidas alcoólicas. A entidade lançou uma série de treinamentos on-line gratuitos, com certificado, voltados a empreendedores e equipes de bares e restaurantes.

Em nota, a associação esclareceu que não há confirmação de que os casos de intoxicação por metanol tenham origem em bares ou restaurantes formais.

A entidade reforça que as falsificações costumam se concentrar em bebidas de maior valor agregado, como whisky, gin e vodka. Casos envolvendo vinhos e cervejas são mais raros e, geralmente, limitam-se à troca de rótulos ou substituição de produtos originais, sem o uso de metanol.

Por Djeneffer Cordoba

 

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