Mais de 60 corpos são encontrados após megaoperação no Rio

Foto: reprodução/SBT News
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Número de mortos pode ultrapassar 120

 

Moradores dos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, encontraram mais de 60 corpos na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, entre a madrugada e a manhã desta quarta-feira (29). Os corpos, retirados pelos próprios moradores, foram levados para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, e não constam no balanço oficial do governo do estado, que havia informado 64 mortes na operação realizada na terça-feira (28) — sendo 60 suspeitos e quatro policiais. Com as novas descobertas, o número total de vítimas pode ultrapassar 120, tornando a ação a mais letal da história do Rio de Janeiro.

A megaoperação, batizada de Operação Contenção, mobilizou cerca de 2.500 policiais civis e militares com o objetivo de desarticular lideranças do CV (Comando Vermelho) nas comunidades. Ao longo da ação, foram 81 suspeitos presos e 93 fuzis apreendidos. Moradores relataram intensa troca de tiros, barricadas incendiadas e até o uso de drones por criminosos para dificultar o avanço das equipes. O ativista Raull Santiago, do Instituto Papo Reto, afirmou nas redes sociais que “há muito corpo e sangue por todo lado”, e classificou o episódio como “uma chacina histórica e muito triste”.

O MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) informou que acompanha o caso e enviou peritos independentes ao IML (Instituto Médico-Legal) para garantir o cumprimento das diretrizes do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre operações em favelas. O governo federal, por sua vez, anunciou o envio de uma comitiva ao estado, nesta quarta-feira (29), comandada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O grupo se reunirá com o governador Cláudio Castro (PL) em um gabinete de crise, criado após uma reunião emergencial convocada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Enquanto isso, o transporte público segue afetado, com mais de 100 linhas de ônibus alteradas, BRTs suspensos e superlotação no metrô Central do Brasil, reflexos de uma das maiores crises de segurança da história recente do estado.

 

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