Corpo de Bombeiros aponta os perigos do cerol em pipas

A prática de soltar pipas é comum nos bairros de Campo Grande. Durante o fim de semana, crianças, jovens e adultos acompanham a figuras que colorem os céus com as mais variadas cores e formatos. No entanto, por trás da beleza da brincadeira existe uso indevido de cerol, mistura de cola com um pó, geralmente feito com cacos de vidro, e que quando em contato com a pele pode causar acidentes graves, podendo levar à morte.

O cerol é utilizado em competições entre pipas, com o qual tentam cortar a linha para assim derrubar a “concorrente” dos céus. Segundo o representante do Corpo de Bombeiros, Tenente Salles, a população está ciente de que a utilização e a venda do cerol são proibidas em Campo Grande. “Muitas crianças, adolescentes e até adultos utilizam o tempo livre para soltar pipa, mas de maneira arriscada, com o uso do cerol com a finalidade de cortar a linha dos brinquedos de outras crianças. O uso e a venda de cerol são proibidos, mas existe o risco de ferir o próprio corpo durante a aplicação na linha e ainda há ameaças de ferir as pessoas que estão ao redor”, apontou.

Os maiores riscos estão para aqueles que circulam pela região onde a prática está sendo realizada. “O cerol expõe de maneira maior os motociclistas que trafegam nas vias urbanas. Um ferimento causado por uma linha com cerol pode causar desde ferimentos leves, amputações e até levar à morte se a lesão for na altura do pescoço, atingindo a artéria carótida. O Corpo de Bombeiros orienta que os motociclistas ao trafegarem por vias urbanas façam uso de luvas, antenas ‘corta-pipas’ que são fixadas no guidão e capacete fechado, além de roupas que protejam o corpo ao máximo”, frisou Salles.

Apreensão

O Procon (Subsecretaria de Proteção e Defesa do Consumidor) fechou nesta semana uma loja que vendia a mistura utilizada na composição do cerol. Segundo o superintendente do Procon, Marcelo Salomão, a ação foi realizada por meio de uma denúncia.

“Nós chegamos à apreensão por meio de denúncias que recebemos. Encontramos em um estabelecimento o material, que foi apreendido e o local interditado, pois, além de vender esse tipo de material, eles também funcionavam sem documentação”, assegurou. Esse tipo de material, “linha chilena”, como é conhecida, é vetado por lei em Campo Grande.

“Isso coloca a vida do consumidor em risco, podendo levar a óbito, por conta do sistema perfurante. Nós combatemos essa prática, para que o cidadão possa andar pela cidade em segurança”, destacou Salomão. (Amanda Amorim)

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