O que anda floodando as mídias digitais no mundo é a rede social Clubhouse. Utilizando de estratégias marcadas pelo extinto Orkut e pelo expansivo Facebook, só é possível aderir a ela caso seja convidado. Mas, a maior diferença está em só utilizar áudios e apenas poder participar quem possui um iPhone. Além disso, chamou a atenção global a participação do homem mais rico do planeta: Elon Musk. Mas, nomes como Boninho, Mark Zuckerberg e outras celebridades do setor da tecnologia também estão por lá como parte da estratégia do aplicativo.
De acordo com dados do Google, em uma semana a busca pelo app aumentou em 525% só no Brasil. Mas isso não quer dizer que ele seja ou vá se tornar a maior rede social do mundo como já saíram boatos. Há algo entre chat e Zoom nele. Mão levantada em emojis para pedir a vez de fala, moderador, salas temáticas, porém nada de imagens. O site especializado em tecnologia “Axios” avaliou a companhia em US$ 1 bilhão. A influência de outras celebridades mundialmente conhecidas, como Oprah Winfrey, Drake e Ashton Kutcher também geraram curiosidade e expectativa. Porém, especialistas da área que usam o app freiam a empolgação diante das especulações sobre o Clubhouse.
Um dos usuários da novidade é Kenneth Corrêa, administrador, Professor da FGV e Diretor de Planejamento e Performance na 80 20 Marketing, que há 10 anos atende empresas de médio e grande porte nas cinco regiões do Brasil e América Latina. Ele recebeu o convite de um amigo e classificou o aplicativo como interessante para bater papo em época de pandemia e conhecer pessoas que são “autoridade” nas áreas de seu interesse.
Avaliando o produto ele resume que a ideia é dialogar, trocar informações, manter uma discussão aberta e positiva sobre temas de interesse geral. “É uma rede social que surgiu mais ou menos em julho de 2020, está com cerca de seis meses. Ela é focada em salas de bate-papo onde já tem conversas rolando apenas por áudio, não existe texto. Tem uma pessoa que organiza a sala e quem criar a sala pode definir quem serão os organizadores e estes liberam as pessoas para poderem estar entre os falantes ou os ouvintes”, pontua.
Rápido crescimento
Como toda novidade, Kenneth afirma que ela está crescendo percentualmente rápido, mas é muito pequena ainda e, provavelmente, a menor rede social atualmente. “Só está todo mundo louco para entrar. Esta coisa do convite gera esta sensação de exclusividade como se tivesse algo imperdível lá dentro. Mas, a maioria das pessoas que estão entrando ficam cinco minutos e não aguenta, não quer ficar. É gente que não gosta de conversar e só quer entrar porque é exclusivo”, analisa.
Sobre os famosos usuário da Clubhouse, o especialista diz ser parte da estratégia do próprio app. “Primeiro que quando fica exclusivo, todo mundo gosta de falar que teve acesso, recebeu o convite de alguém exclusivo e acaba criando esta sensação de que tem algo de novo lá surpreendente”, aponta.
Kenneth Corrêa lembra que esta fórmula foi usada pelo extinto Orkut e pelo Gmail no inicio. Tudo faz parte da promoção do app. “É mais uma estratégia de lançamento. Ainda tem muito para crescer e é muito difícil fazer qualquer tipo de previsão, mas dá para entender que ela está ganhando seus primeiro passos e vamos ver como vai ser a aceitação”, conclui.
Outro especialista na área é Álvaro Vasques, CEO e fundador da OPT3 Marketing Digital. Ele não está usando com frequência o app porque eu não usa o sistema IOS que é do iPhone e ainda não saiu a versão para android (o que está previsto para este semestre). Álvaro destaca que é uma rede social bem bacana ela e tem a possibilidade de sincronia de conversa. Sua avaliação não difere muito do colega de profissão.
“São umas espécies de chats por voz distribuídos por temas aonde o Mark Zuckerberg e o Elon Musk por exemplo participaram de surpresa num dos chats. Como toda rede social se for utilizada de uma forma positiva pode gerar muitas oportunidades”, analisa. Álvaro adiciona que o Facebook em seu início também exigia convite e esta “exclusividade” gera vontade de participar do app.
“É a mesma estratégia adotada por varias outras redes sociais. Ela estar ‘explodindo’ assim, tem muito a ver com essa questão de convite. É privado. ‘Só para quem é VIP’. Isso gera desejo de participar”, finaliza.