Um estudo sugere que a proteção da Coronavac, vacina chinesa contra a COVID-19, é menor entre pessoas soropositivas, isto é, com HIV. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) compararam dois grupos, infectados e aquele que não possuem o vírus causador da Aids.
Depois de receber a Coronavac, uma pessoa sem o HIV tem 3,21 vezes mais chances de desenvolver anticorpos contra a COVID-19 que uma pessoa HIV positiva.
“Significa que a resposta à vacina é um pouco pior entre pessoas que vivem com o HIV. Ela [a vacina] é muito importante, mas a potência dela para gerar resposta é inferior em pessoas que vivem com HIV, em comparação àquelas que não têm HIV”, disse uma das autoras do estudo, a professora Vivian Avelino-Silva.
Apesar de níveis de proteção menores, isso não quer dizer que pessoas com HIV devam deixar de se vacinar. De acordo com a professora, a menor proteção reforça que esse é um grupo prioritário e que pode precisar de maior reforço no esquema vacinal.
“É o tipo de situação que justamente esclarece para nós que, se tiver alguém para priorizar, seriam as pessoas com HIV. Isso sugere que talvez as pessoas que vivem com HIV precisem de mais reforços, mais precoces ou em maior número, em relação às pessoas que não têm HIV”, disse Vivian.
O número de células de defesa do organismo, chamadas de CD4, pode ajudar a explicar a dificuldade na produção de defesas contra o novo coronavírus. Pessoas com HIV, mas com maior número de células de defesa, têm o dobro de chances (2,26 vezes mais) de desenvolver os anticorpos que pessoas em estágios mais avançados da infecção pelo HIV.
O estudo foi publicado como preprint, que é uma espécie de esboço em que o trabalho permanece aberto para receber a contribuição de outros cientistas antes da publicação definitiva.
(Fonte: Agência Brasil)