Secretaria de Saúde ainda não informou número de pacientes que estão na fila de espera por cirurgia
Após uma série de reportagens do jornal O Estado de MS denunciando a paralisação do programa “MS Saúde: Mais Saúde e Menos Fila”, cujo objetivo é diminuir a fila de pacientes à espera de exames e cirurgias eletivas, a SES (Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul) informou, nesta sexta-feira (17), que a iniciativa foi retomada de forma gradual em Campo Grande e no interior de MS.
Conforme informado pela Secretaria, a suspensão temporária foi necessária para que o programa passasse por uma reestruturação financeira e operacional a fim de garantir que os recursos sejam empregados de forma equilibrada para o atendimento da população que necessita dos procedimentos oferecidos pela ação.
O programa, que estava presente em 68 unidades hospitalares em todo o Estado, foi retomado em apenas 61 delas, incluindo o Hospital São Julião e o Hospital Adventista do Pênfigo, que, na terça-feira (14), havia anunciado a paralisação temporária das cirurgias bariátricas, mesmo tendo mais de 500 pacientes na fila de espera. Todos os procedimentos desse tipo feitos no hospital são financiados exclusivamente pelo MS Saúde.
No Hospital São Julião, que está autorizado a realizar cirurgia de catarata, urologia, cirurgia geral e plástica reparadora, os atendimentos foram suspensos no dia 10 de setembro e retomados apenas ontem. De acordo com a direção da unidade, foram realizados 630 procedimentos em 15 dias, mas, até então, nenhuma outra operação ou exame foi autorizado.
De acordo com a SES, ao todo, foram investidos R$ 32 milhões no programa, sendo o valor distribuído entre os hospitais conforme os tipos de procedimentos autorizados para cada unidade. De todos os participantes, sete não retomaram a ação, porque, segundo a pasta, já executaram integralmente as metas previstas em contrato, tendo realizado os procedimentos contratualizados.
Dessa forma, as cirurgias e exames realizados pelo São Julião e Hospital Adventista do Pênfigo receberam autorização para retornarem integralmente com os atendimentos até que tenham executado todo o recurso previsto para ambas as unidades.
Como já mostrado pelo jornal, esta foi a terceira paralisação do programa, que havia sido retomado no dia 3 de outubro. Ou seja, a ação – que visa ampliar o acesso à exames e cirurgias, funcionou por apenas 11 dias antes de ser suspensa novamente, interrompendo a realização de qualquer novo procedimento. A reportagem questionou à Secretaria a respeito de quantas pessoas estão na fila de espera, porém, não obteve retorno.
Por Ana Clara Julião
