Presidente da Comissão de Saúde se diz favorável à construção, porém há necessidade de se atuar na legalidade
Durante Audiência Pública que discutiu a construção do Hospital Municipal de Campo Grande, realizada na manhã desta segunda-feira (18), o vereador Dr. Victor Rocha (PP) disse que apoia a construção, desde que siga o rito legal.
O vereador Dr. Victor Rocha apoia a construção do complexo, mas também fez ressalvas. “Há um planejamento orçamentário? Como vamos fazer algo e falar que vai entregar em um ano? Infelizmente, não dá para acreditar. Temos uma responsabilidade com a população de Campo Grande. Nossa população está nas filas de consultas, exames e cirurgias. Ela bate na farmácia e não encontra remédio”, cobrou.
Dr. Victor Rocha é presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal e já atuou como secretário-adjunto da Sesau. “Foi feito apenas um anúncio, sem nenhum dos entes que fazem parte da construção da saúde pública da Capital, estarem a par do projeto desse hospital. Os vereadores não viram o projeto, o Conselho Municipal não foi consultado. Os parlamentares estaduais e federais, o governo do Estado e o Ministério da Saúde, também não foram chamados para participarem dessa importante construção. Como médico e gestor público sou favorável à construção do Hospital Municipal, pois nossa intenção é salvar vidas e oferecer uma saúde pública de qualidade e com resultado”, pontuou.
O parlamentar progressista, ressaltou que atualmente o hospital municipal de Campo Grande são: a Santa Casa, a Maternidade Cândido Mariano, o Hospital Alfredo Abrão, o Hospital Regional, o Hospital Universitário, o Hospital São Julião e o Hospital Adventista do Pênfigo. “Esses são os hospitais que atendem a nossa população e estão com os contratos defasados. A superlotação é recorrente, pois além de atenderem a alta e a média complexidade, acabam sendo procurados por conta de a saúde primária não estar sendo realizada da forma necessária”.
Victor Rocha também lembrou da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que estabelece que o limite de gastos com a folha de pagamento para o Estado é de até 60% da Receita Corrente Líquida (RCL). “Como será pago os funcionários, que conforme anunciado serão em torno de 2 mil profissionais para atender no hospital municipal? Vão ser contratados por meio de uma Organização Social (OS) ou será realizado concurso público para chamamento dos servidores concursados? Como é que vai ficar a Lei de Responsabilidade Fiscal”, questionou.
Por fim, Dr. Victor Rocha lamentou a ausência do Executivo Municipal na Audiência Pública. “Sentimos falta do Executivo Municipal nessa importante discussão sobre o Hospital Municipal. Estamos aqui para auxiliar como parlamentares eleitos pela população. Somos representantes legais na defesa do direito à uma Saúde Pública que realmente ofereça assistência médica a toda população Campo-grandense”, finalizou.
O que foi anunciado pela prefeitura
O projeto prevê 250 leitos de internação, 10 salas de cirurgia, centro de diagnóstico por imagem e suporte de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A implementação da nova unidade, segundo a Prefeitura, será fruto de uma Parceria-Público-Privada e o investimento previsto é de R$ 200 milhões. O objetivo é ampliar a oferta de serviços e absorver parte da demanda reprimida por exames de diagnóstico e cirurgia, tendo a capacidade de atender uma média de 1,5 mil pessoas. Todos os atendimentos serão regulados. Segundo a prefeitura, até o momento, três locais estão sendo avaliados para a construção do complexo. A expectativa é de que as obras sejam iniciadas ainda este ano com previsão de entrega de 12 meses. A nova unidade deve contar com uma área total de 15 mil metros quadrados, sendo 10 mil metros quadrados de área construída, que irão abrigar toda a estrutura de atendimento. O complexo deverá contar também com um Heliponto para receber vítimas com necessidade de atendimento imediato.
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