Combate ao mosquito da dengue: Campo Grande é reconhecida como pioneira no uso do método Wolbachia no Centro-Oeste

Dengue
Foto: Reprodução/Agência Brasil

Campo Grande é a primeira cidade do Centro-Oeste a adotar o método Wolbachia no combate à proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. A introdução de novas tecnologias de controle vetorial faz parte do Plano de Ação 2024/2025, que visa reduzir os impactos das arboviroses. Desenvolvido pelo World Mosquito Program (WMP) em parceria com a Fiocruz, o método interfere na capacidade do mosquito de transmitir os vírus, tornando-o menos eficiente na disseminação das doenças.

A implementação do método foi concluída no ano passado, com seis fases que cobriram 74 bairros e sete regiões urbanas, beneficiando cerca de 130 mil pessoas por fase. Mais de 102 milhões de “wolbitos” – como são conhecidos os mosquitos infectados pela bactéria – foram liberados na Capital.

Uma das metas do Ministério da Saúde é expandir a metodologia Wolbachia para mais 40 municípios em 2025. Até o momento, cerca de 4 milhões de habitantes foram beneficiados com a tecnologia em 8 cidades brasileiras: Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR), Joinville (SC), Niterói (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE). Esse número deverá atingir 5 milhões com as liberações previstas para Presidente Prudente (SP), Natal (RN) e Uberlândia (MG).

Com a expansão, o Brasil espera cobrir um maior número de cidades e otimizar a distribuição desses ovos às regiões mais críticas. “A nossa meta é transformar essa tecnologia em política pública, deixando de ser um projeto de pesquisa e passando a integrar as estratégias permanentes de controle do Aedes aegypti em larga escala”, afirmou o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Rivaldo Cunha.

ENTENDA O MÉTODO

A Wolbachia é uma bactéria encontrada em cerca de 60% dos insetos, incluindo alguns tipos de mosquitos, mas não ocorre naturalmente no Aedes aegypti. Quando introduzida nesse mosquito, a bactéria impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam, contribuindo para a redução dessas doenças.

O método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti infectados com Wolbachia, que se reproduzem com os mosquitos locais, formando gradualmente uma nova “população” de mosquitos portadores da bactéria. Com o tempo, a proporção de mosquitos infectados aumenta até atingir um nível estável, eliminando a necessidade de novas liberações. Esse efeito torna o método autossustentável e viável a longo prazo.

Os “Wolbitos”, como são chamados os mosquitos infectados pela bactéria, não são organismos transgênicos e, portanto, não sofrem modificação genética. Além disso, não transmitem doenças, e a Wolbachia não pode ser transmitida para humanos ou outros mamíferos.

Com Ministério da Saúde

 

Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *