O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), afirma que o leilão da tecnologia 5G no Brasil pode representar uma ameaça à soberania nacional. Ele defende uma regulação rígida para o serviço e quer que o colegiado analise o caso com cuidado.
De olho na tecnologia considerada o futuro para as telecomunicações por ser muito mais rápida do que a atual, o Conselho do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) decidiu incluir a realização do leilão do 5G no programa de concessões e privatizações do governo federal em novembro.
Trad pede cautela a respeito da entrada de capital estrangeiro nesse tipo de mercado. Acredita que quem vencer o leilão terá acesso aos dados de milhões de brasileiros.
Uma das candidatadas a ser a fornecedora do serviço por aqui é a chinesa Huawei, cujos representantes já se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro. Os norte-americanos acusam a Huawei de usar a tecnologia de acordo com os interesses do governo chinês. Washington pressiona aliados, inclusive, a rejeitar aparelhos dos chineses, que já têm uma tecnologia 5G bem consolidada.
O senador sul mato-grossense espera que os 2 países protagonizem uma disputa “ferrenha” sobre o assunto no Brasil. Para ele, contudo, as regras devem ser duras independentemente de onde venham os investimentos.
“Isso tem que ser muito bem discutido. Eu penso que os órgãos inerentes a essa questão vão ter muito trabalho pela frente”, contou. Ele disse ainda que sua comissão deve assumir papel de protagonismo nas discussões sobre o tema.
O certame já está em discussão na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), mas teve a resolução adiada depois de pedido de vista. A companhia vencedora do leilão poderá operar a tecnologia nos municípios, e, assim, distribuí-la no Brasil.
(Texto: João Fernandes com Poder 360)