Vara Federal de Curitiba devolve caso Delcídio para a Justiça Eleitoral de MS

Delcídio do Amaral
Foto: Nilson Figueiredo

O ex-senador Delcídio do Amaral (PRD) comemorou com desabafo o fato de a Justiça Federal de Curitiba ter encaminhado seu processo para a Justiça Eleitoral de Mato Grosso do Sul, seguindo a determinação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). 

Delcídio comemorou a decisão, dizendo que foi feita a justiça. “Finalmente se fez justiça. Tentaram, de todas as formas, me incriminar e tudo aquilo que fizeram contra mim injustamente e ilegalmente, agora a Justiça do Paraná resgatou aquilo que me era devido, tornando o caso Pasadena um caso único e exclusivamente eleitoral. Para me tirar do jogo, eu estou de volta e não vou ficar por aí.” 

Decisão 

O juiz Fábio Nunes de Martino, da 13ª Vara Federal de Curitiba, obedecendo a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, devolveu ação penal ajuizada pela Lava Jato contra o ex-senador Delcídio do Amaral para a Justiça Eleitoral do Mato Grosso do Sul.

Delcídio do Amaral foi denunciado pela Lava Jato por fraude na compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. 

Em decisão de 10 de dezembro, o juiz determinou o encaminhamento dos autos. Com isso, indeferiu as alegações finais apresentadas pelo Ministério Público Federal, apesar de já existir ordem de Corte Superior, afastando a competência da Justiça Federal. 

O processo envolve a apuração de fraude na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, feita pela Petrobras. A denúncia foi recebida pela 13ª Vara Federal de Curitiba. Os réus são políticos, funcionários da estatal e operadores financeiros. 

A competência para julgar o caso passou a ser alvo de disputa porque as verbas movimentadas teriam sido usadas como caixa dois para financiar a campanha do ex- -senador Delcídio do Amaral. De acordo com precedente do Supremo Tribunal Federal, isso atrairia o julgamento para a Justiça Eleitoral.

O processo chegou a ser enviado para a 8ª Zona Eleitoral de Campo Grande, onde o Ministério Público Eleitoral praticou o chamado by-pass processual: sem qualquer diligência prévia, pediu o arquivamento apenas das imputações que envolvem crimes eleitorais. 

A tentativa de drible na competência para julgamento fez a defesa de Delcídio do Amaral, feita pelos advogados Matteus Macedo e Leandro Oss Emer, recorrer ao TSE, onde o ministro Raul Araújo determinou o reenvio da ação penal para a Justiça Eleitoral. 

Essa foi a decisão que a 13ª Vara Federal de Curitiba cumpriu agora. O juiz titular apontou, na decisão, que isso se justifica em deferência à  corte superior, pela ausência de recurso da Procuradoria- -Geral Eleitoral contra a monocrática de Raul Araújo e pela ausência de previsão legal de recurso com efeito suspensivo. 

Também acrescentou que não há sentido na hipótese suscitada pelo MPF, de declinação do processo para a Justiça Eleitoral apenas na parte que concerne a Delcídio do Amaral. 

“A declinação anterior deste processo à Justiça Eleitoral foi integral. E, ademais, o acórdão do TSE não faz qualquer ressalva, no sentido do desmembramento do processo”, pontuou o juiz Fábio Nunes de Martino.

Desabafo O ex-senador, que agora é o presidente estadual do novo partido da fusão PTB e Patriota, o PRD (Partido Renovação Democrática), vai preparar o partido para a disputa das eleições municipais de 2024, e ainda comentou mais sobre a decisão. “Vou em busca de recuperar tudo aquilo que me tiraram na ‘mão grande’, injustamente, numa grande articulação política que foi montada. Vou acionar devidamente a União e aqueles que causaram todos esses males para mim, para minha família, para os meus amigos e amigas e para o povo de Mato Grosso do Sul, que sempre acreditou no meu trabalho.” 

E citou o trecho da música “Get Lucky”, de Pharrell Williams com Daft Punk e Nile Rodgers. “Como a lenda da fênix que ressurge das cinzas, todo fim termina com recomeços. Chegamos muito longe para deixar de ser o que somos.” 

Por – Alberto Gonçalves 

 

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