Superpartido da fusão DEM e PSL aguarda análise do Tribunal Superior Eleitoral
A fusão do PSL e DEM gera empolgação e a certeza de que haverá debandada de bolsonaristas, já que não haverá apoio para reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) afirma que haverá desfiliação em massa de bolsonaristas ao passo que a senadora Soraya Thronicke, que também é presidente estadual do PSL-MS, acredita que a junção será benéfica ao partido.
A União Brasil prevê ter o número 44 e a fusão ainda aguarda homologação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O ex-ministro Mandetta, que é pré-candidato à Presidência da República, disse em entrevista ao programa “Canal Livre” da Band que, se houver êxito na junção, a tendência é de que vários parlamentares bolsonaristas peçam desfiliação.
“O Democratas tem mais aquela coisa de debates, de deliberação dura e correntes dentro do partido e o PSL tem um partido mais autocrático e ligado a figura do [Luciano] Bivar. Mas ambos perceberam que a somatória num primeiro momento vai resultar em três. Esse dois mais dois vai ser três, porque pessoas que vão ficar desconfortáveis com o rumo que esse partido anuncia na sua criação: de não apoiar a reeleição de Bolsonaro vai deixar claro para uma série de pessoas que são bolsonaristas que ali não é o lugar de maior conforto.”
Para Mandetta, a fusão vai afunilar e engrenar políticos que pensam em terceira via para 2022. “E depois, na hora da janela, quando esse partido já estiver inserido em qual vai ser a proposta para o Brasil em 2022, que de outros partidos vários [políticos] virão.”
O presidente do DEM, ACM Neto, segue a mesma linha de Mandetta e reafirmou durante reunião em Brasília que o objetivo do novo partido é lançar um candidato próprio ao Palácio do Planalto.
O ex-ministro não diz abertamente se a fusão o beneficia em relação à pré-candidatura, mas afirma que as articulações em torno da escolha de candidato para as eleições de 2022 estão abertas. Até o momento, Mandetta é o escolhido pelo partido como postulante ao Planalto. “Quem quer ser apoiado tem de estar disposto a apoiar. A lição foi dada e todo mundo aprendeu. Na hora em que o candidato for definido, ele ocupa um espaço melhor nas pesquisas e cresce consideravelmente para o eleitor”, afirmou.
Sobre o assunto, a senadora Soraya Thronicke destacou que o PSL tem a maior bancada da Câmara, com 54 deputados, e no Senado, tem dois representantes. Com isso, o futuro partido será gigante, pois o Democratas possui 28 deputados, a 11ª maior bancada. Com seis representantes, no Senado, além do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco.
“A fusão entre PSL e DEM acabou de ser concretizada, formando o União Brasil, um partido que já nasce gigante e com força no Congresso Nacional para aprovar pautas importantes para o país”, comemorou a senadora Soraya.
Ela acredita que a fusão ocorre até pelas ideias parecidas. “Essa união aconteceu porque os partidos convergem em muitas bandeiras, têm afinidades ideológicas, e faz sentido para o momento político que estamos vivendo.”
Além disso, para a senadora Soraya o fato é extremamente positivo. “Acredito que a fusão é positiva, pois, além de termos mais força para aprovar projetos, estamos ajudando a reduzir o número de partidos no Brasil, que pode ser a tendência nos próximos anos.”
Bancada na Câmara
Caso a fusão tenha êxito, a Câmara de Campo Grande fica com três membros e aumenta a bancada. Hoje, o Professor Riverton e Silvio Pitu pertencem ao DEM e o vereador Coronel Alírio Villasanti é o único eleito pelo PSL.
Sobre o assunto Silvio Pitu diz que ainda não está claro como vai ficar o partido no Estado. “Toda a bancada que aumenta é notório aumentar nosso poder e força dentro da Casa de Leis. Mas, administrativamente, não fui procurado por ninguém do partido. Não sabemos quem vai ficar no comando do partido e não fui procurado pelas lideranças. Estamos mais aguardando para que a gente posa tomar uma decisão e ver como tudo vai ficar.”
Pitu cita que ainda não tem uma posição firme sobre isso e prefere aguardar para saber quem ficará no comando do partido no Estado e as novas prerrogativas.
Procurado, o vereador Professor Riverton não atendeu as ligações. O vereador Alírio diz que a junção deixará a sigla como a maior do Brasil. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, até o momento não se pronunciou sobre o assunto.
Texto de Andrea Cruz
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