Nesta quinta-feira (17) um funcionário da Casa Branca admitiu que o presidente Donald Trump congelou ajuda financeira à Ucrânia, uma estratégia de pressionar o país a investigar uma acusação relacionada à eleição americana de 2016, já descartada como teoria da conspiração.
De acordo com informações fornecidas pelo chefe de gabinete interino da Casa Branca, Mick Mulvaney, contradiz o presidente americano, que segue negando qualquer tipo de troca de favores com a Ucrânia, e pode ter reflexos sobre o processo de impeachment movido contra Trump no Congresso dos EUA.
Mulvaney se referuiu à suspeita de Trump de que um servidor de computadores do Comitê Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês), invadido por hackers russos e que armazenaria e-mails da então candidata democrata Hillary Clinton, estaria na Ucrânia.
A hipótese sugeria que a Ucrânia, e não a Rússia, teria interferido na eleição presidencial americana de três anos atrás. Nunca houve provas sobre a suspeita, que acabou sendo desmentida e classificada como teoria conspiratória.
Segundo Mulvaney, Trump disse a ele que estava preocupado com o envio de dinheiro para a Ucrânia devido à corrupção neste país, mas essa não seria a única razão para congelar o pacote de quase 400 milhões de dólares em ajuda militar ao governo ucraniano.
“Ele [Trump] mencionou para mim, no passado, a corrupção ligada ao servidor do DNC? Absolutamente. Não há dúvida disso”, afirmou Mulvaney em entrevista coletiva. “É por isso que retivemos o dinheiro.”
“A revisão do que ocorreu em 2016 certamente fez parte de suas preocupações em relação à corrupção naquele país Ucrânia. E isso é absolutamente apropriado”, acrescentou.
A investigação que pode culminar no afastamento de Trump focou até agora na possibilidade de o presidente ter imposto outra condição para congelar a ajuda militar aos ucranianos: a abertura de um inquérito contra o ex-vice-presidente americano Joe Biden e seu filho, Hunter Biden.
(Texto: Karine Alencar com Informações do Poder 360)