O presidente Michel Temer afirmou, em seu primeiro compromisso oficial em Nova York, que, assim que estiver concluído o processo eleitoral, vai entrar em contato com quem for eleito para tentar aprovar a reforma da Previdência ainda em seu governo -que termina em menos de cem dias.
“Quero anunciar, pela primeira vez, que eu quero fazer a reforma da Previdência, logo depois das eleições”, afirmou. Ele reconheceu que, antes do fim do processo eleitoral, há uma dificuldade de avançar nas discussões.
“Mas passadas as eleições, essa preocupação desaparecerá. E, como o déficit previdenciário é elevado demais, nós não podemos legar a nossos filhos e netos um sistema previdenciário sob ameaça, nem um orçamento que seja quase tomado com gastos previdenciários.”
Sem uma reforma, continuou o presidente, não haverá investimentos no país. “Procurarei o presidente eleito, seja ele quem for, e tenho certeza que, ao procurá-lo, ele atentará para o fato de que a medida é indispensável”, disse. “Não é essencial para o meu governo, que terminará em dezembro. É essencial para o Brasil.”
Temer também defendeu, perante os empresários, as reformas implementadas por seu governo, como as mudanças na legislação trabalhista e a aprovação do teto de gastos públicos.
“Houve tempos em que se advogava no Brasil ser possível crescer de forma sustentada com as contas fora de ordem, com os preços fora de controle”, disse. “Aprendemos na prática que a inflação é o mais perverso dos impostos, porque incide sobre os mais vulneráveis. Só que se cresce de forma sustentada e inclusiva em ambiente econômico de estabilidade.”