A senadora Soraya Thronicke, que é filiada e presidente do União Brasil em Mato Grosso do Sul, acredita que a federação entre o partido e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) não prospere para as eleições deste ano. A declaração foi feita nesta terça-feira (22), em visita à redação de O Estado Online.
“Aprovamos essa legislação sobre a federação, mas parece que é mais fácil na letra da lei. Quando a gente vai aplicá-la, não se mostra tão fácil nem prática. Fizemos pesquisa interna dentro do União para verificar como é que ficaria a questão dos Estados e vimos uma dificuldade muito grande”, afirmou a senadora.
Para Soraya, as federações para eleições deste ano tendem a dar certo para partidos pequenos. Ela percebe que isso advém da questão da sobrevivência entre eles e indica que os presidentes do antigo PSL (Partido Social Liberal) e do DEM (Democratas), Luciano Bivar e Antônio Carlos Magalhães Neto, respectivamente, foram vanguardistas ao decidirem pela fusão.
Segundo a parlamentar de MS, optar por uma federação é viável para legendas menores e muito provavelmente deverá ser feito também por outras siglas do país.
“Partidos grandes – como o MDB ou PSDB [Partido da Social Democracia Brasileira] – começa a ter essas divergências que não se pode desconsiderar. E por mais que a cúpula esteja conversando, a gente não vê condições, pois é um casamento muito longo. E isso ocorre não só em Mato Grosso do Sul, mas como em outros estados. Eu não consigo ver as legendas casando”, opina.
Soraya disse ainda que seria muito dificultoso a situação – na hipótese de federação com o MDB – abrir mão da deputada Rose Modesto para a candidatura de governadora, pois ela é o nome indicado pelo próprio presidente do partido, Luciano Bivar.
“Antes mesmo de o PSL fazer a fusão, [Luciano] já havia feito um compromisso com a deputada [Rose]. E ele teve essa aproximação com ela desde que eles assumiram a mesa diretora da Câmara Federal. Bivar falou que uma das condições da fusão era manter a pré-candidatura da deputada Rose como havia se comprometido”, esclareceu.
Na visão da parlamentar, o mais provável neste momento é que as duas siglas, União Brasil e MDB, formem uma coligação para disputar apenas a campanha voltada às eleições de 2022.