O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), promulgou nesta quinta-feira (26) a lei que cria o “Dia da Amizade entre Brasil e Israel”, a ser comemorado em 12 de abril. A medida foi publicada no Diário Oficial da União após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não sancionar o texto dentro do prazo legal.
Alcolumbre, que é o primeiro judeu a presidir tanto o Senado quanto o Congresso Nacional, destacou o valor simbólico da nova data, afirmando que ela reconhece a contribuição histórica, cultural e social da comunidade judaica no Brasil. A escolha do dia 12 de abril faz referência à instalação da primeira representação diplomática brasileira em Israel, ocorrida em 1951.
“Reconhecer a importância da comunidade judaica no Brasil é fortalecer os laços históricos do Brasil, dos brasileiros, com Israel”, afirmou Alcolumbre.
O projeto de lei foi aprovado pelo Congresso no dia 29 de maio. Com a ausência de manifestação do presidente Lula no prazo de 15 dias úteis, o texto foi promulgado diretamente pelo Legislativo, como permite a Constituição.
Conflito diplomático
A promulgação da lei ocorre em meio a um período de tensão diplomática entre o governo brasileiro e Israel. Lula tem criticado fortemente a condução da guerra na Faixa de Gaza pelo governo de Benjamin Netanyahu, após o início dos confrontos com o grupo extremista Hamas em outubro de 2023.
Com mais de 55 mil mortos no conflito — a maioria civis palestinos —, o presidente brasileiro classificou a reação de Israel como desproporcional e chegou a usar termos como “genocídio”, comparando a ofensiva militar ao Holocausto. As declarações geraram forte reação por parte de Tel Aviv, que declarou Lula como “persona non grata” no país.
Apesar das divergências políticas, o Senado optou por seguir com a criação da data comemorativa, com o objetivo de valorizar a amizade histórica entre os dois países e reconhecer a importância da comunidade judaica no Brasil.
Com informações do SBT News
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