Depois de pedir a substituição do comando da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro disse que ”semana que vem terá mais” sem detalhar quais mudanças serão feitas. A declaração foi feita na manhã deste sábado (20)
“Tenho que governar. Trocar as peças que porventura não estejam dando certo. Se a imprensa está preocupada com a troca de ontem, na semana que vem teremos mais. O que não falta para mim é coragem para decidir pensando no bem maior da nossa nação.”
Bolsonaro citou o caso durante cerimônia de entrada dos novos alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas (SP). “Vocês aprenderão rapidamente que pior do que uma decisão mal-tomada é uma indecisão”, disse Bolsonaro aos jovens presentes no evento.
Internamente no governo, Bolsonaro avaliou que a estatal vinha sendo conduzida de maneira errática por causa dos sucessivos aumentos no preço dos combustíveis, o que tem irritado caminhoneiros, que tradicionalmente apoiam o presidente.
Agora, a troca do presidente da Petrobras deve passar pelo crivo do Conselho de Administração da companhia. O Ministério das Minas e Energia solicitou uma Assembleia Geral Extraordinária para substituição de Castello Branco e avaliação do nome de Silva e Luna.
Como acionista controladora da Petrobras, a União é responsável por indicar 7 dos 11 membros do colegiado. Assim, na prática, consegue determinar os rumos da empresa.
O governo propõe ainda que todos os membros do conselho de administração sejam, imediatamente, reconduzidos na própria assembleia, para cumprimento do restante dos respectivos mandatos. Castello Branco e os demais diretores executivos têm mandato vigente até 20 de março.
A dúvida do mercado é se a estatal de petróleo seguirá com autonomia para estabelecer preços. Isso significa poder repassar aos produtos a flutuação do valor do petróleo no mercado internacional e da cotação do real frente a outras moedas.
“Não faltam problemas para nós. Mas contamos com um povo compreensível e trabalhador para vencermos esses obstáculos”, afirmou Bolsonaro em seu discurso. “O mais fácil é se acomodar, é se aproximar daqueles que não têm compromisso com a sua pátria e, assim, usufruir de benesses. Da minha equipe de ministros, isso não ocorrerá.”
(Com informações: Poder 360)