O secretário municipal de Governo e Gestão Estratégica de Corumbá, Nilson dos Santos Pedroso, pediu demissão do cargo na quinta-feira (23), um dia após ter sido preso na Operação Fake Cloud, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). A exoneração, a pedido, foi publicada no Diocorumbá (Diário Oficial do Município).
Antes de assumir o cargo em Corumbá, Pedroso havia atuado como superintendente de Compras em Itaporã, município que é o foco principal da investigação. A Operação Fake Cloud apura um esquema de fraude em licitações públicas para contratação de serviços de backup de dados em nuvem, que teriam sido direcionadas de forma irregular desde 2022.
Em nota, a Prefeitura de Corumbá informou que os fatos investigados “não ocorreram no município” e que acompanha o caso “observando a lei e a presunção de inocência”. O comunicado acrescenta que outras informações serão divulgadas “caso haja desdobramentos oficiais do processo”, e reafirma o compromisso da atual gestão com a legalidade, transparência e moralidade administrativa, destacando que “não pactua com qualquer desvio de conduta, abuso ou irregularidade no serviço público municipal”.
A operação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que contou com apoio do Gaeco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado), cumpriu três mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão em Itaporã, Campo Grande e Corumbá. Além de Nilson Pedroso, também foram presos o empresário George Willian de Oliveira, dono da Citiz Tecnologia, e uma terceira pessoa ainda não identificada. Segundo o MP, o grupo simulava licitações e direcionava contratos para beneficiar empresas específicas, mediante o pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos.
A Prefeitura de Itaporã também divulgou nota, esclarecendo que os fatos investigados dizem respeito à gestão anterior (2021-2024) e estão relacionados ao Processo Licitatório 183/2022, cuja vigência já se encerrou. A atual administração, chefiada por Tiago Carbonaro, afirmou não ter “qualquer vínculo, envolvimento ou responsabilidade sobre os contratos mencionados”, e declarou estar colaborando com os órgãos de controle e investigação.
A Operação Fake Cloud, expressão que significa “nuvem falsa”, em referência ao serviço de armazenamento em nuvem supostamente fraudado, investiga crimes de organização criminosa, fraude em licitações e corrupção ativa e passiva.
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