Após a prisão do prefeito titular, Henrique Budke (PSDB) e a deflagração de uma operação que apura um esquema de fraudes em licitações, o município de Terenos enfrenta novas baixas em sua equipe de comando. Três servidoras com cargos estratégicos pediram exoneração nesta semana.
As exonerações foram publicadas no Diário Oficial da Assomassul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) desta quarta-feira (8) e atingem Pamella Cristina da Costa Ramos, diretora da Atenção Primária de Saúde; Aryanni Pammela Pulcherio Abreu, secretária de saúde; e Bruna Aparecida Miranda Barbosa, supervisora. Todas as saídas foram formalizadas pelo prefeito interino Arlindo Landolfi Filho (Republicanos), e registradas como “a pedido”.
Entre os nomes, chama atenção a exoneração de Aryanni Pâmella, que até então chefiava a Secretaria Municipal de Saúde. A servidora é a mais recente baixa de peso na administração interina. Segundo o prefeito, a secretária alegou “motivos pessoais” para deixar o cargo.
Ao Jornal o Estado, o prefeito interino adiantou que a substituta da Saúde será Gislaine Borges, que atua na auditoria do municípios e deve ser nomeada nos próximos dias. A ex-chefe da pasta ocupava o cargo na gestão de Henrique Budke, que foi afastado após ser preso na Operação Spotless. Henrique passou quase um mês detido e obteve liberdade recentemente, mas com medidas cautelares a serem seguidas.
Desde que assumiu o comando a frente do municipío, Arlindo Landolfi tem promovido mudanças no alto escalão da prefeitura. Além das exonerações mais recentes, já haviam sido afastados o procurador-geral do município, Felipe Barbosa da Silva; o secretário de Administração, Maicon Bezerra Nonato, que foi alvo de busca e apreensão; e a chefe de gabinete, Nilza Barbosa de Almeida, esposa de Orlei Figueiredo Lopes, um dos investigados na operação.
Operação
A Operação Spotless, deflagrada pelo GAECO e GECOC, revelou a atuação de uma organização criminosa instalada dentro da estrutura administrativa do município. O grupo é acusado de fraudar licitações, direcionar contratos e movimentar mais de R$ 15 milhões por meio de empresas favorecidas.
A investigação identificou a participação de agentes públicos em esquemas que envolviam simulação de concorrência, falsificação de documentos e até pagamento de propina em troca da liberação de recursos. As provas foram obtidas com base em mensagens extraídas de celulares apreendidos durante outra operação.
Por Brunna Paula