O presidente Jair Bolsonaro comentou no domingo (10) o aumento no preço dos combustíveis no país e reclamou de ser culpado pela alta dos valores. Para a imprensa e apoiadores, Bolsonaro disse em tom de ironia que, se pudesse, passaria o comando da Petrobras ao vice Hamilton Mourão (PRTB).
“O dólar está diretamente ligado ao preço do combustível por lei. Eu tenho que cumprir a lei. Eu não mandei… Não é que eu não mandei, eu não mando na Petrobras. Eu quero… Se eu pudesse, eu passava a Petrobras para o Mourão administrar: ‘Olha, se aumentar combustível, quem manda é o Mourão’”, afirmou Bolsonaro em entrevista à imprensa em Guarujá (SP), onde passa o feriado prolongado.
“Eu indico o presidente, mas eu não posso segurar preço de combustível. Ou melhor, o presidente não pode segurar. Ele responde civil e criminalmente”, prosseguiu. “Então, quando se mexe na economia com notícias mentirosas, acontece isso: mexe no dólar. Quando sobe o petróleo brent lá fora, sou obrigado a mexer aqui dentro”, justificou.
Ele também reclamou da lei da paridade, que estipula que os preços da companhia devem seguir o mercado internacional. “Está caro o combustível, ainda mais em um país que produz mais de 3 milhões de barris de petróleo, mas a legislação fala na paridade do preço lá de fora. Não precisava ser assim. Não temos um fundo compensador para a variante do preço do combustível e todo mundo paga essa conta. Eu não posso rasgar contratos”, assinalou.
No mesmo dia, o presidente reclamou a apoiadores que não pôde assistir ao jogo do Santos no estádio por não ter o passaporte da vacina, documento que está sendo exigido em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro para acesso a eventos de grande porte. Jair Bolsonaro passa o fim de semana no litoral paulista.
Último aumento
A Petrobras anunciou, na sexta-feira (8), um reajuste de 7,2% no preço da gasolina e do gás de cozinha, que passou a valer a partir desse sábado (9). No acumulado do ano, a alta no preço do litro da gasolina na refinaria chega a 62%. No gás, o aumento alcança 48%.
Os valores cobrados nas bombas dos postos pressionaram a inflação, que atingiu 1,16% em setembro, maior alta para o mês desde o Plano Real. Bolsonaro tem afirmado que não vai congelar preços de combustíveis “na canetada”. Acesse também: União Brasil gera empolgação e debandada de bolsonaristas
(Com informações Metrópoles)