‘Se o melhor for o isolamento, é o que vai ser’, diz ministro

O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou na quinta-feira (23) que o plano para transição do isolamento social em função da Covid-19 não significa que “a gente vá sair amanhã” e enfatizou que o modelo pode até ser mantido se for “o melhor para a sociedade”.

A declaração foi dada ao ser questionado se cabe uma medida de flexibilização de distanciamento social no momento em que se registra um recorde diário de mortes, com 407 novos óbitos notificados em boletim da pasta.

”Quando digo que a gente vai ter que mapear no dia a dia, e que vai ter critérios, estratégias de saída, isso não quer dizer, primeiro, que a gente vá voltar, sair amanhã e que alguém defenda o isolamento ou não. A gente defende o que é melhor para a sociedade. Se o melhor para a sociedade for o isolamento, é o que vai ser. Se eu puder flexibilizar, dando uma autonomia e uma vida melhor para as pessoas, e isso não vai influenciar na doença, é o que vou fazer.”

O ministro disse que é preciso avaliar, nos próximos dias, o dado de mortes para verificar se o recorde registrado no boletim desta quinta-feira é uma tendência real de incremento ou um reflexo do esforço em testar mais rapidamente, que vem ocorrendo em vários estados.

Na coletiva desta quinta-feira, o ministro da Advocacia Geral da União, André Mendonça, que esteve presente, disse que o governo estuda “sistematizar melhor as orientações” do Ministério da Saúde por meio de portarias, resoluções e até “medidas de caráter legislativo”. Ele não deu detalhes sobre o teor dessas normas e afirmou que ainda vai saber da equipe da Saúde quais são as necessidades.

Mendonça fez críticas, entretanto, a medidas como prisão para quem desrespeita regras de isolamento, dando como exemplo a circulação em praias. A intervenção policial já foi defendida por governadores, como Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, e João Doria, de São Paulo, ambos rivais político de Bolsonaro. Segundo o AGU, tem havido prisões “arbitrárias” e “abusivas”, mas ele não citou casos específicos.

”Nas praias, por exemplo, a orientação do Ministério da Saúde é para que se evitem aglomerações. O que não significa que a pessoa não possa individualmente praticar um esporte como natação ou surf” criticou.

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