Após autoridades políticas e sindicatos de Mato Grosso do Sul afirmarem sobre a importância da inclusão dos profissionais da imprensa no grupo prioritário de vacinação, o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, anunciou ontem (7) que a categoria será incorporada nos grupos prioritários para receber a vacina contra a COVID-19. “O Brasil é o segundo país em que mais jornalistas morreram pela doença. A população é alimentada com informações por meio daqueles que fazem parte da boa imprensa. Nada mais do que justo, que eles sejam contemplados, como fizemos com as forças de segurança pública.” Resende acrescentou que resolução será publicada hoje (8) no Diário Oficial e os critérios para vacinação serão anunciados em breve.
Sete jornalistas morreram de COVID-19 no Estado, seis deles em Campo Grande. Diante do cenário, o governador explicou que a inclusão da categoria depende também da autorização do Ministério da Saúde, assim como foi feito no caso da imunização para os trabalhadores da segurança pública. Ele afirma que é a favor da ideia por conta da exposição dos profissionais. O presidente do Sindjor- -MS (Sindicato dos Jorna listas de Mato Grosso do Sul), Walter Gonçalves, disse que fez o pedido de inclusão junto com o Sinjorgran (Sindicato dos Jornalistas Profissionais na Região da Grande Dourados).
Em MS, são cerca de 1,3 mil profissionais e aproximadamente 500 deles estão na Capital. A organização sobre como será a aplicação das vacinas ainda será discutida pela SES, segundo Walter. “O sindicato tem know- -how em organização, até porque o ano passado conseguimos a testagem em massa de todos os jornalistas do Estado. Fizemos agendamento de todos por meio de encaminhamento de listas com o nome do profissional. Ainda vamos sentar com o secretário de Saúde. A ideia é que o jornalista a ser vacinado apresente seu registro profissional (DRT/ MTB), carteira de trabalho, crachá ou outro documento que comprove a profissão. Os critérios de quem será vacinado primeiro ainda serão definidos.”Câmara A Câmara de Campo Grande também solicitou a inclusão da categoria à prefeitura. O documento foi assinado pelo presidente da Casa, vereador Carlão (PSB), e pelo 1º-secretário, Delei Pinheiro (PSD).
O ofício leva em conta o Decreto nº 10.288/20, que define as atividades e os serviços relacionados à imprensa como essenciais. “Em momentos como agora, quando mais do que nunca precisamos ter acesso aos dados corretos no ritmo acelerado dos acontecimentos, o papel do jornalismo é crucial”, disse Carlão. O vereador Victor Rocha (PP) disse que é muito importante que os profissionais recebam as vacinas. “A vacina é a nossa maior prevenção! Os meios de comunicação não podem parar e os profissionais não podem ficar expostos sem a segurança da vacina.” O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) acredita que todo profissional que tenha muitos contatos com o público precisa ser prioritário, como os atendentes de farmácia e supermercados.
“A profissão do jornalista considero também de prioridade, pois arriscam a vida para nos manter informados sobre a situação da COVID-19, em nossa cidade, no Brasil e no mundo. Vocês estão nos postos de vacinação, nos hospitais, entrevistando pessoas contaminadas ou não.” Alems O presidente da Assembleia Legislativa informou sobre a inclusão durante a sessão. “Hoje os jornalistas têm o que comemorar em seu dia, pois foi anunciado que será priorizado como grupo de risco a partir de hoje os jornalistas de MS, tendo prioridade na vacinação.” Antes da confirmação, o deputado estadual Lucas de Lima (SD) lembrou que havia encaminhado indicação ao governador. “Precisamos preservar quem corre riscos diariamente para que a informação chegue a todos nós.”
A deputada Mara Caseiro (PSDB) também concorda com a inclusão na ordem prioritária. “Eles estão o tempo todo trazendo o que acontece na atualidade.” “Infelizmente em Mato Grosso do Sul perdemos sete profissionais da imprensa e precisamos evitar que essas pessoas percam suas vidas no exercício de sua profissão”, disse o deputado Marcio Fernandes. Senado O senador Nelsinho Trad (PSD) encaminhou pedido de inserção ao Ministério da Saúde. “O Brasil é o segundo país, depois do Peru, com mais óbitos de jornalistas. Estou solicitando que o Ministério da Saúde inclua esses profissionais no grupo prioritário de vacinação.” De acordo com dados da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), ao menos 169 jornalistas morreram em decorrência do coronavírus entre abril de 2020 e março de 2021 no país.
Texto: Andreia Cruz e Mariana Moreira
