Com a saída de Ricardo Salles do comando do Meio Ambiente, o governo Bolsonaro acumula 16 demissões de ministros ao longo de dois anos e meio da gestão. Salles, que pediu demissão nesta quarta-feira (23), é alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) por operação da Polícia Federal que mira suposto favorecimento a empresários do setor de madeiras por meio da modificação de regras com o objetivo de regularizar cargas apreendidas no exterior. Joaquim Pereira Leite, secretário da Amazônia e Serviços Ambientais, foi nomeado como novo ministro.
A saída de Salles é emblemática, já que era próximo do presidente e fazia sucesso com a militância bolsonarista, embora estivesse com a imagem arranhada no cenário internacional por causa das queimadas na Amazônia.
Outras demissões importantes ocorreram em março deste ano, quando Bolsonaro cedeu a pressão política do centrão e trocou titulares de seis ministérios.
Uma delas foi a saída do general Fernando Azevedo e Silva, então titular do Ministério da Defesa. Ele foi substituído pelo então ministro da Casa Civil, Braga Netto. Para a Casa Civil foi deslocado, por sua vez, o general Luiz Eduardo Ramos, que estava na Secretaria de Governo.
A deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) assumiu a vaga de Ramos, em um aceno de Bolsonaro ao centrão.
O presidente ainda anunciou Anderson Gustavo Torres, secretário da Segurança do Distrito Federal, como ministro da Justiça no lugar de André Mendonça, que voltou para o comando da AGU (Advocacia-Geral da União) no lugar de José Levi, que deixou o governo.
Por último, foi confirmado o nome de Carlos Alberto Franco França no Itamaraty para a vaga ocupada por Ernesto Araújo, que deixou o governo após forte pressão de senadores que consideravam ruim a atuação do chanceler nas negociações por vacina.