A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta segunda-feira (14) que estão querendo transformar a alta no preço do arroz, que ela chamou de “problema pontual”, em uma “guerra política”.
“O que temos que deixar claro aos consumidores é que já vinha subindo o preço há anos, consumidor tem todo direito de reclamar, especialmente o mais pobre, arroz e feijão são a marca da nossa nutrição, mas temos um problema pontual que vai se ajustar, não precisamos de gente tocando fogo para ganhar politicamente”, disse ela em entrevista.
“Se continuasse como estava, teria escassez pro próximo ano, 2021 a expectativa é que teremos uma safra maior e com mais arroz para brasileiros e para exportações”, completou. O arroz acumula uma alta de 19,25% em 2020 de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A ministra afirmou ainda que os preços do arroz deverão se equilibrar a partir de meados de janeiro, com a safra da cultura em Santa Catarina. “O governo não fará intervenção”, afirmou.
“A que poderia ser feita é de comércio, abrimos 400 mil toneladas de importação à tarifa zero e traz tranquilidade de que não haverá falta do produto”.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo, o preço do arroz variou mais de 107% nos últimos 12 meses, com o valor da saca de 50 kg próximo de R$ 100. Os motivos para a alta são uma combinação da valorização do dólar frente ao real, o aumento da exportação e a queda na safra. Em alguns supermercados, o produto, que custava cerca de R$ 15, no pacote de 5 kg, está sendo vendido por até R$ 40.