Lula e Bolsonaro se consolidam como maiores cabos eleitorais
Impulsionados pela popularidade do presidente Lula (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Partido dos Trabalhadores e o Partido Liberal têm o maior número de deputados federais que se colocaram como pré-candidatos às eleições municipais de 2024.
A relação dos nomes de cada legenda ainda deverá passar por alterações, uma vez que nem todos os potenciais candidatos se colocaram na disputa nem ocorreram todas as conferências partidárias.
Além disso, algumas pré- -candidaturas não deverão ser levadas adiante em meio às negociações e alianças que poderão ser firmadas regionalmente.
Segundo levantamento da Folha, feito a partir de informação dos próprios partidos, 48 dos 513 deputados foram listados como pré-candidatos. Um senador, Eduardo Girão (Novo-CE), também pretende participar das eleições.
No entanto o nome da deputada Camila Jara, do PT, que ao que consta será pré-candidata à Prefeitura de Campo Grande, não aparece na relação. De Mato Grosso do Sul aparecem os nomes de Marcos Pollon (PL) e Beto Pereira (PSDB).
Segundo explicou o presidente do diretório de Campo Grande do Partido dos Trabalhadores, Agamenon do Prado, o partido já definiu em prévia, a deliberação de que Camila Jara é a pré-candidata da sigla na disputa pela Prefeitura da Capital. Ele disse achar estranho nome da parlamentar não constar no levantamento encaminhado ao jornal Folha de S.Paulo.
Lula e Bolsonaro
Do total de deputados pré- -candidatos, 36 são de siglas que integram a base do presidente Lula, sendo que 2 deles atuam como vice-líderes do governo na Câmara: Alencar Santana (PTSP), que deve disputar o comando de Guarulhos (SP), e Rogério Correia (PT-MG), que mira a Prefeitura de Belo Horizonte.
O PT deverá contar com 10 deputados nas corridas municipais, enquanto o PL terá 9 parlamentares. Eles são seguidos por PSD (5 deputados), União Brasil (5), PDT (3), MDB (3), PSB (3), PSOL (3), PSDB (2), Republicanos (2), Cidadania (1), PV (1) e Rede (1).
PP, Avante, Patriota, Solidariedade e Podemos afirmaram à Folha ainda não ter uma lista PP, Avante, Patriota, Solidariedade e Podemos afirmaram à Folha ainda não ter uma lista definida. O PCdoB não deve ter candidatos.
As eleições municipais exercem influência direta no cotidiano parlamentar. Isso porque muitos deputados são eleitos com apoio de prefeitos, que, por sua vez, dependem do envio de emendas dos parlamentares para realização de obras nos municípios, além das transferências especiais (quando o recurso é enviado sem que se destine a um projeto específico).
Além disso, historicamente a Câmara fica mais esvaziada durante o processo eleitoral, com os deputados focados em atuar em seus redutos. Segundo o levantamento, haverá embates entre esses deputados em sete municípios até o momento.
Segundo George Avelino, professor de ciência política da FGV, a polarização política entre Lula e Bolsonaro pode ter efeito nas eleições municipais de grandes cidades, mas não necessariamente em todos os municípios.
“Se você entrar na disputa apoiado por Lula ou Bolsonaro você vai levar vantagem em determinado município. Mas os pequenos estão querendo eleger pessoas que tenham padrinhos, deputados, que possam ajudar, já que dependem muito das transferências [de recursos]”, afirma.
“Os eleitores estão pensando mais pragmaticamente, quem é mais capaz de melhorar a minha vida. O prefeito está ali do lado, pode te ajudar, o presidente está longe”, completa o professor.
Segundo dados do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), 123 parlamentares (122 deputados e 1 senador) tinham se apresentado como pré-candidatos nas eleições de 2020. Ao final, ainda segundo o levantamento, 59 deputados e 2 senadores confirmaram suas candidaturas para o cargo de prefeito. Desses, 12 deputados foram eleitos em 2020.
Das 48 pré-candidaturas listadas até o momento para 2024, somente 9 são de mulheres. Esse cenário de sub-representatividade se reflete na própria Câmara: nesta legislatura, são 91 mulheres entre as 513 cadeiras.
Historicamente, há uma baixa representatividade em cargos eletivos nos Poderes Legislativo e Executivo no Brasil, assim como nos postos de lideranças de partidos políticos, apesar de as mulheres serem maioria da população.
Por Alberto Gonçalves (com Folhapress)
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