Profissionais da educação apontam “transformação rápida” com nova gestão

Professores Waldemir Ribeiro e Edilmar Galeano comentam sobre a situação de melhoria na educação - Foto: Nison Figueiredo
Professores Waldemir Ribeiro e Edilmar Galeano comentam sobre a situação de melhoria na educação - Foto: Nison Figueiredo

A construção educacional nos últimos anos em Campo Grande vem se destacando, com crescimento tanto de investimento em laboratórios, recursos humanos e infraestrutura, proporcionando ainda, a autonomia dos diretores, a partir das atuais gestões de Adriane Lopes (PP), prefeita de Campo Grande e do governador Eduardo Riedel (PSDB), é o que apontam os professores Edilmar Galeano, o ‘Bob’, que atualmente leciona na Escola Municipal Agrícola Barão do Rio Branco e Waldemir Ribeiro da Escola Municipal Professor Antonio Lopes Lins.

Para Bob, que já foi diretor da E.E. Hércules Maymone e que atuou por 15 anos em gestão escolar, um dos motivos pelos quais ele deixou a função foi a decadência das estruturas físicas das unidades de educação. “Mas nestes últimos anos, melhorou a autonomia do diretor, as escolas, através de parcerias, estão garantindo esse olhar para a estrutura, o que também vem sendo tratado na Rede Estadual, inclusive com o crescimento das escolas integrais. Ainda tem a questão salarial, se pegarmos Mato Grosso do Sul, Campo Grande e olhar a nível de Brasil, aqui paga-se sim, os melhores salários. O que faltava era a questão estrutural, qualidade para o professor trabalhar, o que aconteceu nos últimos dois anos”.

Bob adiantou que nesse ritmo, a educação profissional também será reforçada para 2025, proporcionando ao estudante terminar a formação com um diploma técnico. “Isso já é um pontapé para o mercado de trabalho. Na época de início da educação profissional, eu era gestor em 2008, e estava um ‘boom’ de educação profissional que era dividido em vários níveis, educação integrada, que era junto com o ensino médio, como era informática, técnico, contabilidade, e foram criados vários cursos, pensando no estado do Mato Grosso do Sul, desde 2008 isso tem crescendo. Teve um crescimento tanto de investimento nos laboratórios, informática, quanto na questão de recursos humanos. A transformação está muito rápida”.

Tempo integral

As transformações vem junto com a escola de tempo integral. “A questão da “Escola de Autoria, da Rede Estadual de Ensino, é provado pelas pesquisas, que os países onde tem educação integral, o nível de ensino é totalmente superior nas estatísticas do que só um turno. E isso veio para mudar, esse é o caminho. Quanto mais tempo você permanece na escola, melhor é o seu desenvolvimento, seu desempenho e sua vida futura. Imagina um aluno estudar pela manhã e, à tarde, fazer um esporte, uma atividade cultural, uma atividade de lazer, um reforço, é um investimento’.

Por sua vez, o professor Waldemir Ribeiro destacou mudanças advindas do estreitamento da relação entre as diretorias e comunidade, através da APM (Associação de Pais e Mestres). “Isso traz a família para dentro da gestão, da participação, de conhecer como funciona, de entender os recursos. Na Rede Estadual, hoje, tem os encontros que se chamam ‘Família e Escola’, que é justamente para passar informações de repasse para os demais. A APM é o fiscalizador, ela está junto com o diretor. O diretor não é sozinho, é uma gestão democrática. Então, todas as decisões que o diretor toma, tem que ter o aval da APM, isso dinamiza uma gestão”.

Outra medida destacada por dinamizar e reduzir a burocracia em um processo democrático implementado no Município são as eleições para diretores e diretores-adjuntos, no entanto o desafio em sala é a competição com a praticidade e influência das redes sociais, acessadas pelos alunos por meio dos celulares.

“Um Projeto de Lei muito desafiador esse ano é a questão da proibição da utilização de celulares. Hoje o professor compete com o celular, porque o aluno opta em ter o celular como formador dele e esquece o papel do professor. Então, o secretário estadual de Educação já disse que vai implementar uma Lei, que já existe, mas irão torná-la mais eficaz na Rede, para a proibição da utilização do aparelho celular. Nós sabemos que isso será uma situação de enfrentamento. Como recurso pedagógico é um instrumento muito eficaz, porém, o estudante não utiliza só como ferramenta ou instrumento de pesquisa, por isso o desafio do educador é justamente trazer um comprometimento maior das famílias, o envolvimento do compromisso do estudante com a educação”, conclui o professor Waldemir Ribeiro.

Evasão

Outro fator que ainda é um desafio dentro da comunidade escolar é a evasão, estudantes que deixam de ir para a escola, em muitas ocasiões para poderem trabalhar, o que o professor Bob atribui a um problema de raíz social. “O aluno integral ou noturno, já é aquele aluno que vem cansado daquela rotina, para ele chegar às 18h30, ele precisa vir direto do trabalho, e mesmo assim às vezes ele não consegue chegar no horário. Chega a partir das 20h, ele já não rende mais. Então, os fatores externos que contribuem para a injustiça são muito grandes”, afirmou.

Os educadores apontaram o papel crucial da busca ativa realizada pelo Estado e Município. “O próprio Estado já tem um aplicativo, no caso do aluno menor, o professor, ele alimenta já as presenças. Na terceira falta, já avisa o pai. Existe um monitoramento mais intenso agora, todo mundo falando na mesma linguagem. Não espera o aluno sumir para depois tentar passar”.

“Nós estamos vivendo um novo momento na educação do Estado e na educação da Prefeitura. Nós temos novos índices, estamos, na expectativa esperançosa do que virá por ai”, finalizou o professor Bob.

 

Por Carol Chaves

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