Depois da repercussão do B.O (nº 364/2020), do Exame de Corpo de Delito, da medida preventiva (autos nº 0000491-90.2020.8.12.0003) e da representação contra o vereador do PSDB, Francisco Gutierres, que agrediu a vereadora Fabrizia Tinoco (PODEMOS), acontece na segunda-feira (25), às 19h, a sessão na Câmara Municipal de Bela Vista, que vota o pedido de Quebra de Decoro e cassação do mandato do agressor.
De acordo com a vereadora, Gutierres vem tentando minar a credibilidade dela. Ela esteve em Campo Grande para cuidar da saúde, da irmã e apoiada pelas farmacêutica Dra Angela Lopes, presidente estadual do PODEMOS Mulher e delegada Sidnéia, presidente do PODEMOS Mulher Campo Grande, participou de uma Live sobre violência contra a mulher.
Transmitida simultaneamente no Instagram e no Facebook durante uma hora, a Live teve apoio de centenas de pessoas com quase 100% de mulheres. Elas demonstraram apoio, desejavam força e interagiam. “Bota esses homens para assistir essa live pelo amor de Deus. Tem muitos que não conhecem a lei em favor da mulher e as tratam como objeto, lixo, talvez como um animal tanto na sociedade quanto nos lares. Temos que ter respeito”, comentou uma participante da Live. As três protagonistas do evento virtual incentivaram a denúncia, explicaram como e a importância denunciar, além de explicarem a lei.
“Não podemos ficar de vítimas, temos que reagir. Pensei até em abandonar tudo em um primeiro momento, mas o apoio e orientação destas mulheres tão fortes, me fortaleceu e eu sai do luto à luta. Agora vou lutar ainda mais pelos direitos das mulheres e aumentar a cobrança pela melhoria do bem-estar da população”, revelou a vereadora Fabrizia que reviveu a violência sofrida quando exercia seu papel cobrando providências sobre uma obra parada na cidade e foi retirada com violência de dentro da Secretaria de Obras de Bela Vista. A vereadora lembrou também que ela não era a única na Câmara, mas devido a diversos tipos de violência, as ex-vereadores deixaram a concorrer a cargos eletivos.
Participou da Live Rachel Magrini, presidente da ABMCJ/MS (Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica), ela acredita que a violência afasta as mulheres da política e, por meio da entidade, alerta para o pouco espaço dado para mulheres em Mato Grosso do Sul. Também entre as participantes, a titular da subsecretaria de políticas públicas para mulheres, Luciana Azambuja, disse que é preciso respeito sempre. “Por mais mulheres na política e pelo fim das violências contra mulheres”, exigiu. Dra Angela Lopes enfatizou a necessidade de denunciar caso de agressão e de quaisquer condições de suspeita. A ênfase deu gancho para a delegada Sidnéia, idealizadora da Sala Lilás que tem o intuito de para prestar atendimento especializado e humanizado às mulheres e crianças vítimas de violência física e sexual, falar sobre a necessidade de não se calar.
“Há políticas públicas que protegem a mulher, além da Lei. Mas, fazer o boletim de ocorrência, o exame de corpo de delito, a medida protetiva e a representação contra o agressor não protegem a mulher por si só. A mulher precisa alertar a todos que tem estes documentos e enviar a autoridades e entidades para que o agressor seja preso caso se aproxime da pessoa agredida”, esclareceu a delegada Sidnéia. As mulheres prometeram voltar e incentivar mais mulheres na política. Elas respeitaram o distanciamento, tinha álcool em gel e, ao encerrar a Live, vestiram uma máscara confeccionada por apoiadoras com os seguintes dizeres bordados: Basta! De violência contra a mulher.
(Texto: Rafael Belo)