A Polícia Federal do ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, divulgou seletivamente ao jornal Estadão um inquérito sigiloso sobre as conversas entre a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) e Walter Delgatti, hacker que teve acesso às mensagens de Telegram de procuradores e demais autoridades da Lava Jato.
A matéria “Nove dias de diálogo entre Manoela e o hacker ‘’Vermelho”, publicada nesta terça-feira (1), revela conversas superficiais e de pouca relevância no âmbito da Vaza Jato. Entre comentários sobre a grafia do nome da ex-deputada e menções ao aplicativo de relacionamento Tinder, a reportagem do Estadão assume clara tentativa de incriminar o contato entre os dois.
A reportagem cita que os diálogos estão anexados ao inquérito da Operação Spoofing, com 38 prints de conversas. “A organização das mensagens foi feita pela própria defesa de Manuela e mostram que o diálogo entre os dois continuou mesmo depois que as mensagens roubadas de procuradores da Lava Jato”, diz a matéria.
Um dos destaques da reportagem aos diálogos vazados está em uma fala de Delgatti, que demonstra desejo de expor o teor das conversas interceptadas para “fazer justiça”. “Quero Justiça, não quero dinheiro. Desculpa eu entrar no seu Telegram, foi um mal necessário”, afirmou, acrescentando o fato de ter, segundo ele, “oito Teras (bytes) de coisa errada”.
Em outra parte das conversas, Manuela disse que Glenn era a “melhor pessoa” para ter repassado o conteúdo hackeado. Delgatti, por sua vez, disse que não havia pensado no nome do jornalista antes, mas depois reconheceu ter sido esta a “melhor saída”. (Revista Fórum)