De forma inédita, duas pessoas trans ocuparão as cadeiras do Congresso em 2023, Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG), foram eleitas como deputadas federais nas eleições deste domingo (2). As parlamentares entram para história como as primeiras candidatas transgênero a serem eleitas para o Congresso Nacional.
Atual vereadora por São Paulo, Erika Hilton foi eleita com 257 mil votos, se consolidando como a nona parlamentar mais votada de SP e a mulher mais votada entre as candidatas do PSOL.
Erika cursou pedagogia e gerontologia, mas não chegou a concluir. A vereadora ganhou notoriedade após iniciar petições online, em 2015 ela tentou comprar passagens de ônibus e a empresa recusou a emitir os bilhetes com seu nome social. Um ano depois Hilton se filiou ao PSOL, em 2018, integrou um mandato coletivo na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), mas deixou o grupo para candidatar-se à Câmara dos Vereadores de São Paulo, eleita com mais de 50 mil votos.
Duda Salabert, vereadora em Belo Horizonte (MG), alcançou cerca de 208 mil votos e terminou em terceiro, atrás apenas de Nikolas Ferreira (PL) e André Janones (Avante).
Natural de Belo Horizonte, Duda nasceu em 1981, é professora de literatura há mais de 20 anos. EM 2016, idealizou a ONG Transvest, que disponibiliza cursos educacionais a pessoas transgênero e travestis. Após ser eleita em 2020 como a vereadora mais votada, Duda têm sofrido constantes ameaças de grupos neonazistas por meio da internet.
Em 1992, Kátia Tapety foi a primeira travesti eleita em cargo político no Brasil, ela foi eleita vereadora em Colônia do Piauí (PI). Em 2018, São Paulo elegeu Erica Malunguinho (PSOL), a primeira deputada estadual travesti do país.
Dados da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), apontam que foram registradas 38 candidaturas para o Congresso neste ano.
Assembleia
Em Sergipe, Linda Brasil (PSOL) foi a primeira mulher trans a compor a Assembleia Legislativa do Estado, Dani Balbi (PCdoB) também entrou para história como a primeira deputada estadual trans do Rio de Janeiro.
Bancada feminina
Em 2023, a bancada feminina na Câmara dos Deputados será composta por 91 mulheres, um acréscimo de 18% das vagas em relação a atual. As mulheres vão representar 17,7% das cadeiras da Câmara dos Deputados. Hoje a representação é de 15%.
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