O presidente do PDT-MS, deputado federal Dagoberto Nogueira, classificou como lamentável o episódio em que Ciro Gomes foi vaiado e xingado por parte de militantes do PT, durante manifestação na Avenida Paulista, no domingo (3). Assim como Ciro, ele acredita que é essencial uma trégua para que haja êxito no plano de tirar o presidente Jair Bolsonaro da reeleição.

O protesto no fim de semana foi realizado por frentes de esquerda, Frente Brasil Popular, centrais sindicais e entidades contra o governo de Bolsonaro. O ato concentrou alguns presidenciáveis, mas Ciro não foi bem recebido por parte do grupo político.

“Infelizmente, parte do PT não tem essa grandeza de lidar com um presidenciável que não seja o Lula. Aliás, o Lula não foi e aí agiram com essa agressividade vaiando o Ciro”, disse o deputado Dagoberto.

Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) também participaram da manifestação. Porém, o discurso de Ciro Gomes provocou a reação e, mesmo ele falando contra Bolsonaro, acabou vaiado pelos apoiadores do ex-presidente Lula. O grupo gritava o nome de Lula ao longo da manifestação.

Alguns copos de plástico chegaram a ser arremessados em direção ao caminhão enquanto o presidenciável discursava. Enquanto isso, apoiadores de Ciro gritavam seu nome em apoio.

Após o constrangimento, Ciro Gomes pediu trégua e união das frentes de esquerda, e em Mato Grosso do Sul, Dagoberto fez o mesmo. Para o parlamentar é essencial que haja a unidade democrática mesmo com certas diferenças, porque o objetivo é tirar Bolsonaro do poder.

“É um momento que precisamos de união. Acho que tem de ter uma trégua e temos uma coisa muito maior que é tirar esse cara da Presidência da República. Há alguns dias, em função de uma fake news, esse grupo do PT foi para cima do Ciro, e eles não tiveram nem a capacidade de investigar se era realidade, de fato. Quando eu soube das vaias, até achei que fosse pela fake news, mas fiquei sabendo que o grupo vaiou todos que usaram a palavra.”

Em Mato Grosso do Sul, a frente “Agora é Ciro” foi lançada há cerca de 30 dias pelo presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Apesar de o Estado ter a maioria dos eleitores de direita, Lupi acredita que o eleitorado pode mudar com o sucesso da terceira via formada por Ciro e aliados. (Andrea Cruz)