“O PSDB acabou”, partido não deve se aliar a extremistas, avalia deputado

Fotos: Cayo Cruz
Fotos: Cayo Cruz

O deputado federal Dagoberto Nogueira adiantou que não acompanha uma possível mudança ao PL

O futuro do PSDB é incerto e os próximos candidato nas eleições gerais de 2026, aguardam posicionamento das lideranças estaduais, é o que evidenciou o deputado federal Dagoberto Nogueira, que ainda salientou que o partido tucano, considerado de centro, “acabou” e não deve se aliar a legendas de extremo, o que vem sendo cogitado no meio político.

Deputado federal por quatro mandatos, Dagoberto já foi do PDT e hoje está no partido tucano comandado no Estado pelo ex-governador Reinaldo Azambuja. “Estou muito satisfeito no PSDB. Quando eu saí do PDT, tinha alguma preocupação de que a população não aceitaria essa mudança de partido. Mas a liberdade que o Riedel e o Reinaldo me deram foi uma coisa muito boa
para mim, porque eu voto com o setor mais progressista no Congresso Nacional. Eu voto sempre a favor dos trabalhadores, eu voto pela educação, pela cultura”.

O deputado lembra que nunca foi cobrado para ir contra sua posição, por isso tem consideração pelo partido e pelo rumo que irá tomar. “O PSDB acabou. Nós não temos mais o PSDB nacionalmente, ele só existe no Mato Grosso do Sul. O próprio Rio Grande
do Sul tem um número elevado de deputados e só fez dois. Aqui nós só temos oito, e fizemos três, quase fizemos o quarto. A Raquel Lyra, em Pernambuco, não fez nenhum deputado federal. São Paulo, que sempre teve 30 deputados, hoje tem dois do PSDB. Então,
ele acabou. Praticamente, hoje nós estamos com 14 deputados, dois saindo”.

Segundo Dagoberto, buscar outro partido é a saída natural para poder, inclusive, ter mais tempo de propaganda. “Isso é fundamental, porque o nosso Estado tem poucos municípios, mas o Estado é maior do que o estado de São Paulo, não tem
como chegar à população se não for através da televisão.

E o PSDB não tem tempo nenhum, então força a gente a fazer alianças, que é ruim partidariamente, mas tem que fazer porque tem que buscar o tempo na televisão e também o fundo partidário”. Os remanescentes do PSDB em Mato Grosso do Sul querem uma chapa forte no federal e estadual. “Então, nós precisamos ter um partido que nos dê esse respaldo. Vamos aguardar tanto o Riedel, como o Reinaldo, e os outros dois governadores. O Eduardo Leite e a Raquel tiveram uma conversa com o Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, e deram um prazo para ele buscar essa federação ou fusão, um dos dois, para sinalizar que nós vamos ter esses respaldos aí nas próximas eleições”.

Caso as lideranças regionais não sinalizem uma solução por meio de fusão ou federação, os parlamentares irão agir por conta própria. No caso de Dagoberto Nogueira, o deputado adiantou que não acompanha Riedel e Reinaldo Azambuja em um cenário de mudança para o PL, que ele também não acredita que possa ocorrer. “Acho muito difícil, até porque eles também não vão para o PL. Penso que eles não querem esses dois extremos, nem PT e nem PL. E nós temos que sair disso mesmo, o Brasil nunca foi raivoso, odioso como está hoje, temos que acabar com isso. Nós temos que arrumar uma candidatura que seja capaz de unir o Brasil. Agora, há uma crise internacional, e se nós não tivermos essa disposição de unir o país, vai ser muito difícil daqui para frente. Então, nós vamos buscar essa candidatura de centro, mas com preocupações sociais, como é o PSDB hoje”.

Salvar partido Militantes do PSDB da cidade de São Paulo que deram início a uma campanha interna contra a extinção da legenda
procuraram o antigo comando tucano na capital com pedido de apoio.

O grupo anterior, que tem como referência Fernando Alfredo, ex-presidente do diretório municipal, foi expulso do partido por apoiar a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) no ano passado, embora o PSDB tenha lançado o apresentador José Luiz Datena. O pedido de ajuda foi recusado.

Como mostrou o Painel, os militantes tucanos divulgaram um manifesto em que defendem a reconstrução do PSDB, em vez de sua fusão ou incorporação a outros partidos. (Com Folhapress).

Por Carol Chaves

 

Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *